As horas passam vertiginosamente
rumo à volúpia insaciável, louca,
sempre atenta e presente
em nossos mágicos momentos.
Os minutos fogem rápidos
por entre cúmplices dedos,
mãos entrelaçadas...
aliança viva que trata nosso medo
com absoluto desdém.
Em vão, tento agarrar uma fresta
desse momento,
para antecipar
as horas de festa,
que sei,
virão sigilosas
e também esparsas,
como se fosse possível
viver e desviver
uma paixão...
fazendo-a escorrer
por entre pequeninos grãos,
de forma sutil,
insuspeita,
empurrada pelos ventos que sopram
aflitos
dentro do vidro intocável,
por onde deslizam
impunemente
as areias do tempo.
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