POEMA DA NOITE EM CLARO |
Vôgaluz Miranda |
As luzes que vêm de fora
Iluminam minha mente
Em silêncio, ouço gritos
Vindo de bares distantes.
As paredes inclinadas
Denunciam e eu entendo
Que em qualquer canto da sala
Um fantasma se diverte
Batendo nos móveis
Estralando os quadros
De fotos antigas
De tantos fantasmas.
Quem me dera em sonho
Eu fosse criança
No colo do pai
Nos braços da mãe
Sem medo de nada
Sem medo do mundo
Nem deste fantasma
Chamado Ilusão.
Resta-me o café noturno
Uma dose de conhaque
Que despreze um sentimento
Meu sono me foi roubado
Pelo barulho da moto
Amiga do asfalto duro
A noite pertence aos gatos
Eu pertenço à solidão.
Preciso da exatidão da sala escura
Preciso vivenciar meu desespero
Revelador deste morto de olhos abertos
Que sonha acordado com coisas da vida.
Poemas sobem ao teto
São tantos livros. Meu Deus!
Há um gosto amargo na boca
Ando esquecido de mim.
Nos becos, caminham bêbados
Choram mulheres perdidas
Os homens não têm razão
Quando abandonam crianças.
Via satélite vejo
O amor na televisão
A madrugada promete
Outros segredos guardados.
O que é que eu posso fazer
Se não me controlo mais?
É que minha alma adormece
Enquanto o dia amanhece.
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Biografia: Nasci na cidade de São Paulo em 20 de outubro de 1972. Escrevi na década de 90 algumas letras de música. Escrevi um livro de poemas em 2005 intitulado 'O Perfume do Tempo' [não publicado] com aproximadamente 50 poemas. Também escrevi um romance intitulado 'O Homem sem Coração' entre 2004/2005 [também na publicado]. Atulamente estudo e escrevo poemas para um próximo livro. Publico poemas nos sites omelhordaweb.com.br e recantodasletras.com.br e tenho um blog: vogaluz.blogspot.com
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