Eu sou a culpada.
Sempre a culpa foi minha desde o inicio. Você me culpa sempre, por tudo e às vezes por nada, mas você tem razão, o erro é meu.
A culpa então é minha.
Errei quando te conheci.
Errei quando gostei de você e acreditei que você gostava de mim.
Muitos erros poucos acertos, mas agora é tarde. Tantas mágoas, tantos ressentimentos, tantas culpas.
Me transformei. Me transformei nisso que você vê todos os dias, e que me culpa por ser assim.
Tento ser invisível até para mim. Prefiro não ter que me olhar no espelho e apontar o dedo me culpando por ser assim. Tão fraca, tão fraca que pareço não ter mais vida.
Mas a culpa é minha por ser assim.
Sou o que sou por permitir que me transformasse.
Sou o que sou por me mandar calar a boca quando deveria responder.
Sou o que sou por deixar me usar quando bem queria .
Sou infeliz agora e eu serei para todo sempre.
Não há nada que você possa fazer para mudar isso, nem eu posso fazer algo para alterar o que já foi modificado.
A minha fraqueza é a sua arma.
Mas eu te perdoo.
Mentira!
Não perdoo não. A raiva é grande, mas não o suficiente para fugir desta prisão que eu aceito de bom grado.
Não posso perdoar você. Há muita mágoa, rancor para sair e deixar entrar o perdão. O perdão agora fica difícil para dar e para receber.
Mas preciso do teu perdão.
Preciso ser perdoada por não ser o que você esperava que eu fosse.
Preciso ser perdoada pelas coisas que deveria ter dito para que pudéssemos resolver os problemas, mas me calei.
Preciso ser perdoada por não amar mais você, e saber que você já não me ama mais.
Preciso ser perdoada por fazer você infeliz.
Preciso ser perdoada por não fazer nada para mudar a situação, por ser covarde e fraca.
Me perdoa porque já cheguei ao máximo que podia e já não suporto mais.
A minha fraqueza é a minha vida agora.
|