Sem aviso, a criança de ossos fracos que mantinha sobre si um pano úmido caiu inerte em seu leito de morte onde permanecera a vida toda. Do chão áspero e seco junto à terra vermelha nasceu uma pequena flor. Tentando entender porque uma imagem celebre e vangloriosa nascera em um lugar de fome, onde por muitos eram vistos como o lugar para se morrer, onde era largada a alma dos pecadores. Imagem que a criança de pele e ossos foi à última e enxergar após dar o seu último suspiro. E a mulher, deitada ao seu lado observando a criança morrer, sorriu enquanto agonizava a dor de sua pele que com hematomas profundos já se enxergava o outro lado da terra vermelha. Com a morte lenta e dolorosa veio à alegria de mãe a dar de presente ao filho a imagem da flor de pétalas brancas que nascera em meio ao sangue. E já que não havia outra forma de fazê-lo feliz, que essa fosse à última imagem que seu filho veria para sempre.
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