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QUOTIDIANO
Rúbia Mendes Laurelli

Hoje está tudo normal, como manda a conveniencia. Além do céu azul tudo está politicamente correto… pessoas indo trabalhar, os senhores da classe media alta estão tomando café no Vadinho,de roupa social, os aposentados estão chegando, os taxistas pondo o assunto em dia, os motoboys esperando ligações, os funcionarios esperando do lado de fora das lojas dar o horario para entrar no serviço, a livraria ainda esta fechada e nao tem ninguem olhando as vitrines, os pedreiros da obra estao martelando, as barraquinhas estao sendo montadas e está tudo tão igual! A gerente da Caixa acabou de passar do meu lado negríssimamente glamourosa, quando saía do Café Presidente. Os skatistas já estao sentados nos banquinhos, há alunos matando aula em frente a escola sentados em grupo dando risadas altas e nao há sinal do carro da patrulha escolar. Os idosos, senhores, já estao tomando o sol da manhã e contando causos uns aos outros, de suas aventuras de Hercules da juventude. As senhoras também estao tomando sol, tricotando palavras. As babás, tecnicas em enfermagem e enfermeiras já estao trabalhando, brincando com as crianças. O funcionario da escola aguando a grama, isso mesmo, a grama. E tem eu aqui tão indiferente quanto tudo isso junto e multiplicado… Tem eu aqui indiferente que hoje me peguei me observando observar tudo que está a partir da margem da minha pele, todo o exterior, o mundo cru dessa vida crua cheia de conveniencias. Essa rotina, essa coisa toda que eu tenho repugnancia, mas hoje não tanto, porque é sexta feira. E está por dentro tudo tão estável que o que me faz acreditar que eu estou sob controle porque a minha mente hoje chuviscou os pensamentos cotidianos mas com boa dose de discernimento…E hoje eu gostaria de falar pra minha alma que ainda nao acordou nessa manhã, que eu estou feliz mesmo cheia de dúvidas, que ela não mais me fará angustiada quando me apontar a razão, porque eu já compreendi que quando eu observo eu entendo, e hoje eu entendi que eu nao sou triste, embora quase sempre estou. Estar é um estado. Eu posso mudá-lo, e faço isso sempre que observo com discernimento, no fim vejo que todos se esforçam, todos trabalham, todos tem duvidas e angustias, todos gostam de sexta feira, todos gostam de uma manha de céu azul.

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