Na fazenda de D.Nenê tudo era silêncio.Era noite,e todos se aprontavam para dormir.
D.Nenê era avó da Maya,Pedro,João e Daniel.
Era boa contadora de histórias.As crianças pediram a ela que contasse uma antes de irem para a cama.D.Nenê concordou e disse:Vou contar uma de saci-perêre,pois estamos chegando no mes de agôsto,quando se comemora o folclore.(histórias que passam de pais para filhos)
Então começou:
Na cozinha de D.Maricota tudo estava arrumado e limpo.O saci-perêre que gosta de fazer travessuras e depois fugir ,chegou de mansinho e esparramou sal na cozinha.Foi depois na estrebaria onde os cavalos dormiam e fez trançinhas em seus rabos.
D.Maricota acordou,entrou na cozinha e levou um escorregão,com o sal que ele havia espalhado.S.Zé foi na estrebaria pegar seu cavalo para trabalhar e encontrou os cavalos amarrados uns aos outros e ficou chateado.
Perguntou então para D.Maricota,quem fez isso?Ela respondeu:só pode ser coisa do saci.
S.Zé foi chamar os caboclos para organizar uma busca atrás do saci.
Reuniram-se e lá foram eles,pela floresta,ver se o encontravam para capturá-los.Saci -perêre é esperto como ele só,e consegue se transformar no que ele quiser.
Dizem que a carapuça vermelha que usa na cabeça,lhe dá poderes mágicos.
Então os caboclos tinham que ser bem rápidos para poder pegá-lo em um momento de distração.
Jogaram por onde passavam uma corda com vários nós,pois diz a leda que ele pára para desmanchá-los e assim os caboclos poderiam pegá-lo.
Como sabiam que o saci não atravessa rios nem córregos,se colocaram escondidos na outra margem do rio e ficaram esperando para ver se ele aparecia para desmanchar os nós da corda.
Depois de algum tempo,escutaram uma voz que cantava:
Saci-perêre de uma perna só,eu gosto de ouvir as histórias da vovó.
Era ele que cantava de mansinho e vinha desfazendo os nós das cordas,mas como ouviu um barulhinho na mata e falou:vou me transformar em uma ave,e assim o fêz.
Transformou-se e avistou os caboclos que queriam pegá-lo.
Teve então uma idéia:vou colocar a minha carapuça(gorro) no caminho para despistá-los.Colocou a carapuça no chão,mas esqueceu que era ela que lhe dava poderes mágicos.Foi obrigado a aparecer para os caboclos e dizer que realizaria um desejo a quem lhe devolvesse a carapuça.
Os caboclos então pediram a ele que fôsse até a fazenda e fizesse uma demostração para as crianças da sua façanha de passar uma brasa no buraco de suas mãos.Pois diz a lenda que ele ,tem as mãos furadas no centro e que passa brasas ou moedas pelo buraco das mãos.
Saci-perêre concordou e na hora e dia marcados ,com as crianças reunidas,ele foi e fez o seu espetáculo.
Os caboclos lhe devolveram a carapuça e ele de novo se transformou em uma ve e saiu dando sua risada e assombrando com muita rapidez.
Até hoje no sertão se contam histórias do saci-perêre.
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