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  Texto selecionado
Categoria : O amor.
Análise Crítica
Alexandra Pereira Dias

Resumo:
A primeira carta aos Coríntios foi escrita pelo apóstolo Paulo de Tarso, em torno do ano 56 ou 57. O capítulo 13 aborda o amor. Escrita para comunidade de Coríntios, Paulo apregoa um amor que não busca seus próprios interesses, mas que suporta tudo com fé, amor e paciência.

I - INTRODUÇÃO
Este trabalho pretende analisar de forma clara e objetiva a primeira epístola do
Apóstolo Paulo aos Coríntios, especialmente o capítulo 13. A categoria analisada é o amor,
embasada no verbete escrito por Gerald O’Collins, no Dicionário de Teologia
Fundamental, organizado por René Latourelle e Rino Fisichella.

1- LATOURELLE, René; FISICHELLA, Rino. Dicionário de Teologia. Petrópolis: Vozes;
Aparecida-SP: Santuário, 1994, p 45-46.


II - JUSTIFICATIVA
O motivo da escolha deste capítulo 13, de I Coríntios, é por ser ele um dos
momentos em que o Apóstolo mais reúne assuntos importantes, como a fé, a esperança e o
amor. Ele enfatiza de modo claro que, sem amor, todos os outros dons, como profecia,
ciência e até o de anunciar mensagens de Deus, serão anulados. A categoria selecionada,
que é o amor, foi escolhida porque é um tema bastante questionado e discutido entre a
sociedade; e também porque ele é o principal tema da carta que será analisada. Neste
trabalho abordaremos, em especial, o amor disseminado por Deus, ou seja, um amor sem
condições para existir, revelado no Antigo Testamento com a criação do mundo e
concretizado no Novo Testamento com a figura de Jesus, com sua morte e ressurreição. A
base teórica será extraída do Dicionário de Teologia Fundamental, que nos ajudará a
compreender este assunto na perspectiva teológica. O autor nos revelará de modo conciso,
as diversas formas do amor de Deus para com a humanidade.

III-ANÁLISE CRÍTICA


1-Contextualização
A primeira carta aos Coríntios foi escrita pelo apóstolo Paulo de Tarso, em
torno do ano 56 ou 57. O capítulo 13 aborda o amor. Escrita para comunidade de
Coríntios, Paulo apregoa um amor que não busca seus próprios interesses, mas que
suporta tudo com fé, amor e paciência.
2- Análise crítica
Segundo o teólogo Gerald O’Collins, o amor é benevolente, aceita a
existência do outro e dá suporte às suas necessidades. Vejamos a seguinte citação:
“O amor é aceitação que significa querer o bem dos outros e trabalhar por ele” (DTF, p. 45)
Como podemos perceber, O’Collins nos revela um amor que se move no
âmbito do bem comum, assumindo para si a causa do outro, aceitando-o e lançando
fora todo medo e preconceito. Esse amor acredita e aprova a existência do outro, dá
credibilidade, aplica todas as suas forças, espera e não desiste, como a imagem de
uma mãe que aguarda pacientemente o filho que ainda não nasceu. Esta idéia remete
ao capítulo 13 em estudo.
“Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. (I CO, 13:7).
Neste trecho, o apóstolo Paulo nos esclarece que este amor, na mesma
medida em que sofre e suporta, crê e espera. Com isso podemos entender que o amor
não nega os fatos, mas acredita de modo categórico que os acontecimentos não
determinam o fim, ao contrário, o amor crê em resultados concretos, transcende toda
expectativa humana e entende que a angústia produz a paciência, a paciência a
experiência, e a experiência a esperança, e a esperança a fé e o amor”. Isto faz
referência ao que o teólogo Gerald O’Collins reforça sobre o amor incondicional de
Deus para com a humanidade. Vejamos outro trecho a seguir:
“ Uma mulher que grita de dores de parto” (Is 42,14) ou como uma mulher que deu à luz e
ampara Israel” . (DTF, p. 45).
Diante deste trecho, o amor é relatado como um sentimento que predispõe o
desejar bem com dedicação absoluta, portanto a citação acima nos ajuda a entender
que, como essa mulher com dores no parto que dedica seu corpo, seus sentimentos e a
sua própria vida, o amor ultrapassa barreiras, suporta dores; mas, ao passo que esse
amor sofre, ele reconhece como bons são os seus feitos. Esse amor é relatado pelo
profeta Isaías (IS, 42:14) de um Deus que lamenta e chora a apatia de seus filhos, mas
que não abre mão da sua criação. Para o apóstolo Paulo, esse amor está acima de todo
e qualquer sentimento. Vejamos a seguinte descrição:
“E ainda que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda ciência,
e ainda que eu tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada
seria”. (I CO, 13:2).
Conforme podemos analisar, o amor é o principal dom, e sem ele nada
poderá ser feito. É ele que sustenta todas as coisas e todos os dons dependem dele, de
maneira que não pode ser substituído. Paulo descreve em sua citação um amor
excelente, que nem mesmo a profecia, ciência, nem tampouco a fé em grande
proporção poderá ultrapassá-lo. Portanto, compreende-se que o amor é a fonte de
todas as coisas e sem ele nada subsistirá. Para O’ Collins, o amor tomou forma com o
nome de Jesus. Vejamos o trecho a seguir:
“O pai é reconhecido como fonte última da vida e do amor divinos; o Filho é a presença
perceptível deste amor; o Espírito Santo é experimentado como dom de amor”. (DTF, p. 45)
De acordo com esta citação, Jesus é a expressa imagem do amor, ou seja, do
próprio Deus isto ganha credibilidade em João, onde o apóstolo relata que “Deus é
amor” e “Quem viu a mim, viu o pai”. Segundo a visão teológica, é através da vida e
do testemunho do filho que o amor do pai é revelado. Ele é a maior figura e
personificação de caridade para a humanidade. Sua obediência, compromisso e
ilimitada generosidade tomam todas as características do próprio Deus. Seu modo
honesto e didático de ensinar sobre o reino de Deus, que é um reino de amor, logo se
expandiu e conquistou multidões de excluídos e doentes da sociedade.
Se, para O’Collins, o pai é a fonte última da vida e do amor, e o Espírito
Santo é experimentado como dom de amor, para o cristianismo a trindade, ou seja, o
Pai, o Filho e Espírito Santo, é a completa ação de Deus, é a junção da fonte de
vida, do amor e da verdade. Isto ganha maior teor quando Jesus fala no capítulo de
João: “ Eu vou para o meu pai, mas não vos deixarei só, mas o consolador virá, o
espírito da Verdade”.
Paulo em sua carta reforça que o amor não folga com a injustiça, mas se
alegra com a justiça. Com isso podemos entender que, só através da fonte da vida, de
um espírito que emana a verdade, o amor é evidenciado. Paulo é contundente,
quando fala que o amor é verdadeiro e não cogita inverdades. Ele diz ainda que os
mais aparentes atos de amor não evoluirão se nele não existir o mesmo propósito de
amor que houve em Jesus. Vejamos o trecho que Paulo descreve a seguir:
“E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que
entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria”. (I CO,
13:3).
Como o texto deixa claro, o amor não mede quantidade, volume nem forma,
mas o que ele analisa é a essência do ato que está sendo praticado. Segundo Paulo, o
fato de distribuir, entregar ou dar algo a alguém não é completo, se nessas atitudes
não existir o dom do amor. Conforme o cristianismo, Jesus amou o próximo,
enxergou no pobre, no leproso e na prostituta a verdadeira essência, anulou os seus
pecados, e disse-lhes que, se eles quisessem, veriam a glória de Deus.
De acordo com esses relatos, podemos então verificar que tanto Jesus quanto
Paulo entendem que o fato de nos igualarmos, ou não, aos conceitos que a sociedade
nos impõe, não implica dizer que nesta pessoa não exista o dom do amor. Ao
contrário, Paulo escreve à comunidade de Romanos: “O amor de Deus foi derramado
em nossos corações”. Para os teólogos, Jesus, que é o amor, visualiza numa ótica
diferente. Ele vê além das aparências; isso é confirmado no livro do apóstolo Lucas,quando Jesus visita em sua casa Zaqueu, o republicano. Neste episódio, Zaqueu reconhece os seus pecados e pede perdão; Jesus conclui dizendo: “Hoje, veio
salvação a esta casa, porque o filho do homem veio buscar e salvar o que se havia
perdido”. Isto nos explica que o amor vê transformação, não abandona, antes insiste,
vai de encontro ao problema, mesmo quando os fatos apontam o fim.
Para O’Collins, o amor também é representado na comunhão do pai com o
filho. Jesus, nos últimos dias iminentes a sua morte, dá a seguinte declaração em
favor dos discípulos:
“Para que o amor com o qual me amaste esteja neles, e eu neles”. (DTF, p. 46)
Isso nos permite entender que Jesus não negou esforços, intercedeu pelos
outros, confiou no pai, creu contra as circunstâncias, mesmo quando declarou: “Se for
possível, afasta de mim este cálice”. Não retrocedeu com os planos de Deus. Embora
sua morte tenha sido considerada injusta, pois não foi achado nele crime algum, Jesus
cumpriu o que lhe foi designado. Collins deixa claro que o amor de Deus é maior do
que a morte, porque ao terceiro dia ele ressuscitou, contrariando toda e qualquer
circunstância científica ou teológica. Em sua carta, Paulo fala de um amor que
também excede toda a nossa capacidade humana. Isso fica claro na seguinte citação:
“Porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas quando vier o que perfeito,
então o que o é em parte será aniquilado” (I CO, 13:9-10)
Podemos então constatar que Paulo declara que o amor pleno ainda virá e
nos revelará algo muito forte. E, quando ele vier, o que nos é patente será aniquilado.
O’Collins reforça esta idéia dizendo que o amor será revelado ao mundo, quando a
glória do filho de Deus for descoberta. Isto é acrescentado pelo apóstolo Paulo em
sua carta, quando ele diz que o que sabemos sobre o amor é algo imperfeito, como
um espelho embaçado, mas um dia o veremos face a face, assim como ele é, a nossa
própria imagem e semelhança.


IV- Considerações finais
Através deste trabalho, desenvolvido como monografia orientada,
descobrimos que, para se fazer um trabalho científico, é necessário um corpus, uma
categoria analítica e uma base teórica. De posse desses três componentes, é possível,
então, o planejamento e a elaboração eficaz de pesquisas e projetos acadêmicos. Esta
modalidade de ensino, trazida para sala de aula, nos permitiu aplicar o nosso
conhecimento prévio sobre o assunto e, adquirir novos


Biografia:
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