E ela soltou a franga de vez na praça

Deu a primeira pirueta obscena

A fim de seduzir a multidão que passa       

Virou esquina beco viela pequena


Eu já estava quase com a mão na taça

E ela fez a curva do “S de Senna”

E adentrou-se pela fresta na vidraça

Da padaria lá na Rua Santa Helena


E fez um vôo tão rasante ali na massa

Que seu autógrafo ficou na maisena

E o padeiro com as mãos de quem só assa

Correu atrás dela até a torre da antena


E numa cambalhota tão maravilhosa

Seguiu voando leve livre sã serena

De uma vez por todas a pobre penosa

Peninha não terá jamais nenhum problema


Desceu e fez uma cosquinha carinhosa              

Na mão de quem denunciou-me no Datena

A pena não pena mais com a linda Rosa

Não pena mais a pena com a Rosa Pena      

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