Como sempre, Aristeu e Gertrudes estavam chegando a uma festa com duas horas de atraso.
- Olá! Pensei que vocês não vinham mais. O que houve amiga? Está com uma cara! - Falou a anfitriã.
- Nada não, mulheres são todas iguais. - Disse ele, já procurando um garçom.
- Esse homem, que é muito enrolado. Avançou o sinal, e o guarda o mandou parar.
- Olha! Deixe-me apresentar aos meus convidados.
Havia um casal, com duas filhas muito bonitas, aparentando terem entre quatorze e dezessete anos. O cara já tinha, certa idade, e sua esposa apesar de não ser muito nova, também era muito bonita. Eles eram vizinhos da dona da festa.
O homem logo começou a puxar assunto e ficaram todos ali fora mesmo perto da churrasqueira.
Passado alguns minutos, a dona da casa chamou Gertrudes e a esposa do outro, dizendo que haviam chegado outras amigas do trabalho e queriam conversar.
As meninas encontraram algumas colegas e também e se afastaram.
Os dois ficaram a sós batendo papo e tomando cerveja durante um bom tempo. Até que Aristeu ficou com vontade de ir ao banheiro.
- Amigo! Onde fica o banheiro? - Perguntou
- Há, sim! Vou levá-lo, é lá dentro. - Disse ele empolgado.
- É aquela porta a direita no final do corredor. - Falou o homem.
Aristeu agradeceu e entrou, foi quando o cara entrou também.
- Vou urinar no boxe mesmo. – Disse o sujeito sorrindo e olhando-o de cima em baixo.
Aristeu achou aquilo muito estranho, afinal, ali não era banheiro público. E dois homens juntos num banheiro pequeno de uma casa de família, não é normal. E se alguém ver a gente saindo junto daqui? Pensava ele.
Acabaram, saíram e voltaram para o mesmo lugar, continuando a beber. O cara começou a se soltar, e contava umas piadinhas sem graça. O pior que quanto mais bebia e contava a piada, o sujeito ria e alisava os braços e as costas de Aristeu. Ele até pensou que sua braguilha estivesse aberta, porque o homem não tirava os olhos de suas partes íntimas.
Esse cara é muito brincalhão, pensava ele, sem maldade alguma.
- Você é hilário. Em casa você também é assim? - Perguntou Aristeu.
- Mais ou menos. Em casa sou mais fechado, tenho de manter o respeito...
Ficaram de papo mais algum tempo, nada de sua mulher voltar, nessa altura ele já estava achando melhor ficar perto dela, porque, o sujeito estava muito assanhado. Aristeu também já estava ficando desconfiado que aquela “Coca era Fanta”, que aquele “Pitbul era Lassie”. Com a demora de sua esposa, e muita cerveja na idéia, ficou apertado e resolveu ir ao banheiro novamente. Só que dessa vez pediu licença e foi sozinho. Quando ia fechar a porta, sentiu uma resistência. Ao olhar, era o cara, ele entrou de novo.
- Poxa! O que você quer aqui? Pega mal dois homens no banheiro. - Disse ele assustado.
- Você é um gato! Que peito cabeludo! Disse o biba, alisando-o.
- Sai fora, cara! Está maluco?
- Estou maluco por você. - Disse ele.
Aristeu falou que gostava de mulher, e não conseguiu urinar direito, porque o Boiola não tirava os olhos do dito cujo dele e falava um monte de besteiras.
- Hum! É bem grande hein! Deixa-me pegar?
Teve de recolher a criança rapidamente, molhando sua calça.
- Olha aqui! Se você me tocar eu vou meter a mão na sua cara, hein! E olha só! Por causa de você, molhei a calça toda.
Apesar de o "homem" ter levantado sua moral, sua autoestima e massageado seu ego, Aristeu sabia que o cara havia mentido, por ter dito que seu bilau era grande. Mulher que é bom, nunca elogiou, dizendo que é grande. Pensava ele.
Saiu rápido dali, deu uma topada no degrau da varanda e falou um tremendo palavrão! Foi quando sua querida esposa apareceu.
- O que houve, está nervoso, o que estava fazendo dentro da casa?
- Há! O que, você viu? Perguntou, achando que ela tinha o visto sair do banheiro com aquele Bambi. Aí, abriu o bico:
- Aquele cara, quanto mais bebe, mais boiola fica!
- Do que está falando? - Perguntou ela inocentemente.
- Quase fui estuprado, esse cara é tarado!
- Em casa conversamos melhor, mas não sai de perto de mim hein! - Disse ele, muito assustado.
Colou em sua esposa, e ficou no meio da mulherada. A esposa do outro dizia:
- O que houve? Vai fazer companhia para o meu marido, ele adora falar de futebol.
- Eu não gosto de futebol...
Na volta, dentro do carro, Gertrudes perguntou ao marido, o motivo do afastamento dele em relação ao sujeito. E qual o motivo dele ter dito que não gostava de futebol, se ele adorava futebol?
- Já sei vocês discutiram, ele não torce pelo mesmo time que você, não é?
- Não discutimos, e nem conversamos sobre futebol, nem sei pra que time que ele torce. Só sei que ele gosta de agarrar e brincar com bolas, e joga no time das frangas...
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