Entrou. A sala estava vazia. O cheiro forte no ambiente denunciava que alguém estivera ali há pouco tempo. Sentiu um arrepio percorrer-lhe o corpo ao lembrar porque estava ali.
Olhou para os lados. Estava escuro. Os olhos ainda acostumavam-se com o ambiente. Sentiu sua testa suar. Um suor frio, medroso.
Em um dos cantos da pequena sala avistou uma velha cadeira. Caminhou até lá um pouco receoso, sentia seus joelhos tremerem. Sentou-se e ficou ali, sentindo aquele forte cheiro de enxofre e sua respiração ofegante. Tentou ouvir sons, ruídos que entregassem a presença "dele" ali na sala. Mas, nada. O silêncio era apavorante.
"Onde ele estaria"? pensou. Já estava na hora. Olhou para o velho relógio de bolso e conferiu o horário. "É... realmente estava na hora."
Será que essa espera fazia parte do ritual? Será que era proposital? Não sabia. Só sabia que a cada minuto passado seu suor ficava mais gelado e sua respiração mais nervosa.
Engraçado, não se sentiu assim horas atrás, quando a loucura tomou conta de seu cérebro. Sentiu uma força que o empurrou a fazer o que sua mente insana mandava. Era ele, sabia que era ele, sentia que seguia suas ordens.
Mas agora... Na hora de acertar as contas, era isso. Uma sensação angustiante de não saber o que o aguardava. Sabia o que lhe havia sido prometido. Mas sabia também que a palavra dele não era confiável. E o cheiro forte de enxofre que lhe impregnava a mente denunciava seu destino que, com certeza, não lhe daria uma segunda chance. Não havia mais volta. A decisão havia sido tomada.
Nesse momento, quando se deu conta de que não teria para onde correr, desesperou-se.
"E num momento de arrependimento, gritou".
"_ Ah, meu Deus. Ajude-me!"
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