Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Em briga de marido e mulher
Ana Mello

No dia 7 de agosto de 2006, foi sancionada a lei N.º 1.340, que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.

Esta lei recebeu o nome de "lei Maria da Penha" como forma de homenagear a mulher, Maria da Penha Fernandes, símbolo da luta contra a violência familiar e doméstica.
Maria sofreu duas tentativas de homicídio por parte do ex-marido. Primeiro, levou um tiro enquanto dormia e ficou paraplégica, sendo que o agressor alegou que houve uma tentativa de roubo. Duas semanas depois de regressar do hospital, ainda durante o período de recuperação, sofreu um segundo atentado contra sua vida: seu ex-marido, sabendo de sua condição, tentou eletrocutá-la enquanto se banhava. A punição do agressor só se deu 19 anos e 6 meses após o ocorrido.

Mais ainda, no seu artigo 5º, a Lei contém uma carga ideológica inovadora, por permitir uma interpretação de reconhecimento da entidade familiar entre pessoas do mesmo sexo. A união homo afetiva.

É uma vitória contra o preconceito, a violência, a raiva descontrolada.

Esta semana li muito sobre a raiva, sobre o impulso descontrolado de algumas pessoas e como os raivosos são tratados. Na maioria das situações, por medo, as pessoas acabam acatando as decisões do mais violento. Daquele que grita, esbraveja, vocifera.

No trabalho é assim também. Por educação, por medo, ou outro motivo, algumas pessoas calam-se perante o ódio do chefe ou de algum colega. Os raivosos acabam ocupando posições melhores porque estas atitudes são consideradas de liderança. É muito mais comum ver respeitado um colega que grita do que alguém que é dócil e passivo.

Na família é a mesma coisa. A mulher e os filhos temem o marido e calam, obedecem. Se ele parte para a agressão física e não é denunciado isto pode se repetir por anos. Claro que as mulheres também podem ser violentas, mas as estatísticas provam que os homens são muito mais.

O que gera essa raiva incontrolada? Muitas causas. A falta de controle pode ser criada por insatisfação pessoal, por dificuldade para expressar sentimentos, por doença. Mas tem tratamento. Um pouco de raiva é importante, pois dá impulso, dá gana para enfrentar e reagir, desde que o limite exista.

Quando era adolescente eu presenciei uma cena de agressão na rua. Um homem, socando e batendo em uma mulher grávida. Tentei me aproximar mas ele virou para mim com os olhos arregalados e quase babando. Tive medo e fugi. Lembrei da minha mãe que dizia: “Em briga de marido e mulher, não se mete a colher”. Sinto arrependimento até hoje. E agora sei que violência nenhuma se justifica.

Em briga de marido e mulher, se mete a colher sim. A lei protege, basta denunciar.


Biografia:
Para saber mais sobre a autora acesse http://anamello.multiply.com
Número de vezes que este texto foi lido: 59526


Outros títulos do mesmo autor

Poesias Desinfetante Ana Mello
Poesias Desinfetante Ana Mello
Crônicas Fogo que arde Ana Mello
Crônicas Manias Ana Mello
Crônicas Assuntos complicados Ana Mello
Contos Compunção Ana Mello
Contos No elevador - faltou luz Ana Mello
Crônicas Uma voz interior Ana Mello
Crônicas Oficinas e pessoas Ana Mello
Crônicas A verdade está nas unhas Ana Mello

Páginas: Próxima Última

Publicações de número 1 até 10 de um total de 27.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
RECORDE ESTAS PALAVRAS... - MARCO AURÉLIO BICALHO DE ABREU CHAGAS 62430 Visitas
Fragmento-me - Condorcet Aranha 61863 Visitas
PRA LÁ DE CAIPIRA - Orlando Batista dos Santos 61625 Visitas
RODOVIA RÉGIS BITTENCOURT - BR 116 - Arnaldo Agria Huss 61571 Visitas
LIBERDADE! - MARIA APARECIDA RUFINO 61518 Visitas
Humanizar o ser humano - jecer de souza brito 60998 Visitas
ARPOS - Abacre Restaurant Point of Sale 5 - Juliano 60392 Visitas
Mulheres - Ana Maria de Souza Mello 60332 Visitas
"Fluxus" em espanhol - CRISTIANE GRANDO 60264 Visitas
É TEMPO DE NATAL! - Saulo Piva Romero 60215 Visitas

Páginas: Próxima Última