Sóbrio
Pensou consigo: Beber não leva a nada!
Um punhado de contas vencidas nas mãos.
Um salário razoável,
um custo de vida que a cada dia é maior.
Filhos que estudam, telefone, luz, água.
Contas, contas, mais contas para pagar.
Lembrou de como viviam os homens antigamente, e disse:
Como era boa e tranqüila a vida das pessoas que me antecederam!
A água era de poço, a luz era de lampião,
o telefone era objeto de luxo e só uns poucos possuíam.
Os meios de transporte na maioria eram de tração animal.
Não havia preocupação com poluição, nem se sabia o que é ecossistema.
As janelas e portas não tinham grades,
e com certeza as pessoas não eram estressadas.
Mas o que aconteceu? Pensou.
Nossa caminhada para um mundo melhor, piorou e nos aprisionou?
Somos cativos de um sistema, que todos os dias fica mais caro o custo de vida
e nos torna mais e mais dependentes dele.
De repente uma luz: o homem percebeu que aquela vida nostálgica nunca existiu,
o homem daquele tempo passado, enfrentava muitas dificuldades
e talvez maiores do que as que enfrentamos hoje.
Não é o tempo ou as dificuldades que nos levam a loucura,
mas, sim o modo como olhamos cada situação.
Voltando aos sua lucidez notou que hoje temos dificuldades,
Mas a qualidade de vida melhorou,
Talvez não para todos, mas com certeza para muitos.
Falou: isso é bom, hoje é o melhor dia, esse é o melhor tempo, o meu tempo.
Acrescentou: antes de eu nascer pode ter sido bom
e depois que eu for poderá ser também,
porém o tempo que me pertence é este e é o único que me pode ser bom.
Vou viver, pagar e desfrutar do melhor com um novo olhar, e com responsabilidades.
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