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PLANETA SEM PASSAPORTE
Darwin Ferraretto

O tempo esfacelá-se brandamente nos desertos
e a viperina silente desfaz os nós da vida,
volátil água dos mares.

Com arcanos pendurados
vestir os reis desnudos
e dançar entre automóveis

O jogo das contas:
Traçar mapas de noturnas vozes
cortar os meandros escurecidos
no virar do Sol

Cegar os verbos, os arautos
calados e melancólicos...
Voar entre lunações
e mergulhar

Vincar os segundos crispados no olhar,
enterrar os ossos que nos velam.
Alçar velas...em rios dormentes
navegar silêncios de certezas

Planeta sem passaporte
beirando crepúsculos à esvair-se
entre desérticas vestais...


Biografia:
Brasileiro, socialista. Solteiro. Poeta nas horas vagas e nas mais impróprias. Passado dos 40, dois filhos. BLOG. www.darwinf.wordpress.com
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Outros títulos do mesmo autor

Poesias "Mastigar silêncios abutres" Darwin Ferraretto

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