Dentre as mais belas capacidades do ser humano,
A mais gloriosa e o ato de esquecer as coisas.
E como gostamos de esquecer!
Esquecemos de tudo,
Ao almoçar esquecemos da fome dos outros,
Ao nos aquecer, o frio alheio nem vem nas nossas mentes.
Até elegemos criminosos para cargos políticos!
Basta uma boa notícia para esquecermos da má.
E o ser humano, alienado como é,
Ainda estimula esse ato.
A última notícia dos telejornais nunca é ruim,
O sangue da vítima de bala perdida na manchete de jornal,
É estampado ao lado da nova passista de uma escola de samba.
E o pensamento crítico que um ser humano por um acaso acabou criando,
É apagado por um padre pedófilo que passa o sermão durante a missa.
E assim vamos vivendo. Vendo as coisas acontecerem e,
Esquecendo delas para poder dormir a noite.
Nosso destino pode ser a destruição,
Pois não lembramos ao menos o que fazemos.
Ou pode acontecer a vontade do ser humano,
E cairmos no esquecimento!
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