“A decadência de um poeta”
Hoje ao acordar abri minha já combalida janela e fui observar o belo campo florido que avistava todos os dias ao pé da colina, ao invés disto percebi que agora meus olhos me mostravam apenas flores e nada mais sentia.
Meu velho tic-tac deixou de ser melodioso; sem minutos esperar o café que fui tomar passou a ser insidioso.
Minhas rimas já não são profundas, não consiguo mais sonhar, fértil loucura, e meu sono é incapaz de te encantar.
Ontem á noite percebi minha mente querendo descansar, o pequeno girassol fora arrancado, morta a candura; a lua se escondeu, as estrelas se envergonharam, o seu canto também emudeceu, a brisa não me trouxe nada, de fato, tudo se perdeu.
Quero abrir os olhos e ver que minha arte não foi embora junto da florada, pedir o fim desta heresia...
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