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GAROTO DE VIDRO
INTEIRO OU EM CACOS
YAGO TADEU BORGES DE SOUZA

Resumo:
O CONTO APRESENTA DOLLY UM PORTADOR DE ESQUIZOFRENIA NO ESTÁGIO INICIAL,ELE PERDEU A MÃE CEDO E O PAI NUNCA CONHECEU.DOLLY É SEQUESTRADO POR UM GRUPO DE TRAFICANTES DE PESSOAS,COMO ELE IRÁ SE ADAPTAR A ESSE MUNDO PORTADOR DE UMA DOENÇA TÃO DEBILITANTE?

GAROTO DE VIDRO

E

le passou pelo parque seguiu sem rumo e mesmo que tivesse algum não o seguiria naquele momento.Sem medo algum sapateou nas folhas de outono como um dançarino destemido,sorriu para o nada como se representasse a felicidade ignorou aqueles que o perseguiam e queriam fazer mal a ele.Cumprimentou o irreal lhe desejando boa sorte pois as vozes que ouvia já não soava tão forte e uma pitada de valentia lhe tomara naquele exato momento.Um carro parou á sua frente ele olhou com olhos cintilantes esperando a porta se abrir,continuou sorrindo e quando a porta se abriu ficou hipnotizado.Um pirulito arco-íris lhe era oferecido como uma miragem,uma tentação que o conduziu até a porta do veículo.

-Vem garotinho,é todo seu.-disse a voz masculina ele foi até a atração com os braços abertos.-vem,vem.-disse a voz dos dentes brilhantes.

Em um puxão o garoto foi colocado no banco de trás uma forte mão tapou sua boca e ele começou a esperniar após cair naquela armadilha suas mãos iniciaram os tremores rotineiros fechou os olhos para tentar acordar acreditando estar em uma ilusão.Após uma longa viagem o veículo cruzou um vale escuro,o garoto foi tirado do carro e em meio a escuridão foi conduzido ao seu destino.

-Levem-no – ordenou Francinne sem ao menos olhar para o rosto do garoto fumando um cigarro de canela.O homem obedeceu a ordem e saiu arrastando ele até o cativeiro,entrou na velha mansão e após subir as escadas passou por uma pequena salinha até chegar no local onde todos eram trancafiados. Jogado na pequena cela ele caiu um pouco atordoado tentando se equilibrar nas pernas bambas.

-Você está bem?-perguntou a voz suave em seu lado ele se virou desorientado e olhou assustado.

-Quem é você?-perguntou ele se encantando.

-Meu nome é Pandora muito prazer. -disse a garota com os cabelos ruivos se levantando e estendendo a mão.

- Dolly.-respondeu num só tom.Sua mão segurou na dela e sentiu um breve calor esquentar seu peito.

- O que você faz aqui?-perguntou ele.

- O mesmo que você.-disse ela notando sua inocência.Ele continuou com um olhar curioso esperando uma resposta.

-Nesse cativeiro só há crianças,todos nós estamos sendo traficados para o exterior.-falou ela com um ar triste.Ele sentou no chão encostando na parede.

-Eles levaram minha irmã- continuou ela quase chorando.- eles a levaram...

Ele olhou para ela comovido com o que havia escutado.

-Quanto tempo você está aqui?- perguntou Dolly.

-Dois meses.-respondeu Pandora. Por debaixo da porta da porta um prato com arroz e feijão foi deixado para o novo residente.

-Coma,se esfriar fica bem pior.-disse ela próxima a janela.

-Está envenenado,eles querem me matar.

-Não está envenenado.Eles nos querem vivos.

-Tenho certeza que está.-afirmou ele.

Ela não insistiu e se preparou para dormir próxima a janela com grades.Após alguns minutos ele se aproximou.

-Você pode me dar a mão? minha mãe sempre me dava pra eu dormir senão eles podem me pegar.-Pandora deu a sua mão um pouco desconfiada há muito tempo não sentia o calor de outra mão nem o afeto de alguém.

Logo que o dia amanheceu eles foram levados para a sala da mansão onde todas as crianças foram reunidas.Todos ficaram em silêncio sem manifestar um ruído a primeira regra era esta e valia em qualquer ocasião.

Com um sobretudo negro ele desceu as escadas se aproximando de cada prisioneiro presente.

-Hoje vocês vão limpar todos os corpos do frigorífico,sabem o que devem fazer então façam.-falou friamente- na ignorância de cada um peço que sejam eficientes.

-Depende do que é ignorância no seu conceito.-disse a voz o fazendo virar com um olhar amedrontador.

-É você.-disse ele.-Sabe garoto você tem que sonhar como se fosse viver pra sempre e viver como se fosse morrer amanhã. Dolly o encarou perdido em seus pensamentos conturbados.

Francinne ofereceu um copo de conhaque pra ele,Dolly estendeu a mão e pegou com o dedos tremendo.

-Beba como se fosse água.-disse com um sorriso sarcástico.Dolly olhou para o copo erguendo as mãos ,permaneceu por um minuto e não hesitou mais arremessou o copo contra o rosto de Francinne que se espatifou cortando sua face e espalhando inúmeros cacos.Ele grunhiu com dor colocou a mão no rosto sob os olhares assustados.

-Yan! Leve-o agora para fora- ordenou furioso.Pandora olhou preocupada e assistiu seu companheiro de cela ser levado para fora da mansão.Yan o levou até um longo corredor estreito onde entre um espaço e outro havia pedaços de vidro.O deixou no corredor e trancou a porta,atentos ficaram observando da janela o que estava prestes a acontecer.A pantera foi solta lentamente dominada por uma corrente,via o garoto como o café da manhã.Dolly se impactou ao ver animal e olhando para trás só viu uma alternativa,correu sobre os cacos de vidro dando sofridos gritos ao cortar o pé.Francinne deu um leve sorriso e acendeu um cigarro de canela sua palavra valia mais que uma jóia rara.

-Deixa que eu cuido de você.- disse pandora após ele ser deixado com os pés feridos á sua frente.Ela pegou um dos cacos de vidro e cortou várias mechas do cabelo.

-O que está fazendo pandora?-perguntou intrigado.

Ela não respondeu e após tirar as mechas amarrou nós pés dele fazendo de seus fios grossos um curativo.

-Não posso deixar exposto –disse preocupada.

Deitado no quarto do jardim ele já adormecia se preparando para acordar cedo.Francinne abriu a porta e ele estava adormecido ele se aproximou com um bombom na mão.

-Está acordado?-perguntou Francinne.Yan abriu os olhos e sorriu para Francinne.Ele colocou o bombom na boca equilibrando com os dentes sem morde-lo.Se aproximou dos lábios de Yan em sua primeira tentativa.

-Não há doce como o doce de um beijo de um escorpião.

Yan pegou o bombom com a boca e o mastigou.Rapidamente se iniciou um escorrer de sangue pelo seu nariz,ele se sentiu sufocado com os olhos arregalados para Francinne.

-Eu não o perdoaria pelo que fez,traidor!sabe qual é o lado ruim de te matar é que eu só posso fazer isso uma vez.-falou acendendo um cigarro de canela.

A madrugada estava gelada,Dolly permanecia na janela com grades completamente sem sono.Pegou um dos cacos e ameaçou cortar o próprio pescoço.

-Ei!o que está fazendo?- perguntou ela se levantando.

Ele voltou a ameaçar se cortar muito abalado.

-Minha vida não vale nada,minha mãe está morta e eu sou doente.-começou a chorar soluçando.Ela arrancou o pedaço de vidro da mão dele preocupada.

-Me deixe morrer-disse ele com os lábios tremendo.Pandora puxou ele e colocou a cabeça em seu colo acariciou os cabelos loiros notando o estado que ele estava.

-Você está com febre.-disse ela preocupada.

Assim que o sol raiou alguma s crianças foram tirada do cativeiro colocadas em uma van preta, o veículo seguiu pela estrada de terra até parar no meio do nada.Francinne puxou pandora para fora do veículo.

-Pandora!Pandora!não!.-gritou o garoto desesperado.Uma mão tapou sua boca o impedindo de gritar.Uma van vinho parou ao lado e tudo ficou em silêncio,em um descuido dos traficantes a porta da van vinho se abriu Francinne enfurecido saiu para conter os fugitivos.A porta da van preta foi também aberta todos tentaram escapar,Dolly tentou achar pandora na multidão.Francinne deu um tiro para o alto e todas as crianças eram arremessadas para a van,Dolly viu a garota ruiva escapar e correu atrás dela gritando seu nome.Francinne observou os fugitivos com olhos em chamas correu em disparada pela estrada de terra mancando com uma bengala.

-pandora!por favor pare!-gritou o garoto.Francinne os cercou na descida de um morro.

-Te vejo no inferno.-murmurou Francinne.Ele mirou o revólver e atirou...

-Não!gritou Dolly desesperado. A bala acertou no peito da garota ruiva que caiu no chão,Francinne deu um leve sorriso e deixou o local.

-Pandora não!-gritou o menino- resista por favor,resista.-disse ele chorando se ajoelhou diante dela e fez uma oração.

-Deus não a deixe morrer.-implorou o garoto.Ela respirava fundo com os olhos arregalados para ele,Dolly a puxou para dentro de uma caverna descendo o morro,entrou e ficou impressionado com as luzes que a caverna possuía como uma aurora boreal o teto refletia luzes inexplicavelmente até o lago,que tipo de caverna era aquela?pensou ele.Amenina foi colocada em um canto da caverna,com folhas especiais que ele conhecia bem e a água do lago a ferida foi se curando durante os dias inacreditavelmente foi melhorando mas ela não poderia falar a bala estava alojada em seu corpo e sua voz mal saía de sua boca.Em uma manhã Dolly foi pegar folhas de babosa para cicatrizar a ferida,começou a sentir que alguém o vigiava entre os arbustos.Olhou para o arbusto cinco vezes seguidas e voltou para a caverna completamente assustado,a garota o acompanhou com os olhos vidros ele parecia desorientado.Ele se agachou ao lado dela.

-Eles estão roubando meu pensamento.- sussurrou ele.-não deixa,não deixa.-falou com lágrimas no olho.A garota apenas balançou a cabeça negativamente e o puxou para perto dela, seu rosto ficou colado ao dele e deu um beijo no menino que o fez esquecer todos que ameaçavam naquele momento inesquecível. Ao anoitecer eles decidiram dar uma volta fora da caverna, a noite estava escura e pouco conseguiam enxergar.

-você tem que aprender uma coisa na vida,nada é por acaso.-disse o garoto segurando a mão dela.

- eu vivo como se fosse de vidro,me trinco com uma ofensa se cair vou quebrar mas inteiro ou em cacos eu posso cortar.-A garota sorriu admirando sua inteligência.

-eu vou vingar você.-disse ele a garota.Um vaga-lume parou na ponta de seu nariz e ela deu um leve sorriso milhares os cercaram eles começaram a dançar iluminados os vaga-lumes sentiam atraídos por um brilho mais forte que eles.A noite já não era tão negra a tristeza tão duradoura.suas almas se conectavam como se a energia de um sustentasse o outro.

A garota acordou e percebeu que ele não estava ao seu lado levantou assustada e mesmo fora da caverna ele não estava,sentou próxima a uma pedra decidida a procurar caso ele não voltasse.Dolly se escondeu atrás do muro se preparando para entrar,após a saída de um capanga ele seguiu para dentro da mansão andando vagarosamente decidiu verificar se havia porta dos fundos e achou no jardim interior,entrou na porta que saiu na cozinha e foi até a sala tramando libertar os prisioneiros de seus cativeiros.

-Está me procurando?-perguntou Francinne com a bengala na mão.

Dolly se virou assustado com a voz.

-Você é sozinho no mundo,assim como eu não é mesmo?. Dolly continuou paralisado sem piscar uma só vez.

-Quando soube quem era você não perdoei Yan,ele mereceu o fim que teve.-disse Francinne aparentemente emocionado,Dolly ameaçou correr e o pegando por trás Francinne o apagou com um sonífero.

O lugar era escuro e pouco se via ali,estava desesperado se debatendo tentava inutilmente sair de onde estava podia enxergar através do vidro a escuridão que passava lá fora.Sentiu o toque da ameaça na madeira do caixão acariciar de forma amedrontadora.

-Valente que é valente faz bandido virar refém.

Francinne bateu no caixão com a bengala,deu mais uma volta causando medo em sua vitima.Dolly desesperado dentro do caixão se revirava tentando escapar daquilo que lhe torturava.

-O medo a desculpa para os fracos- sussurrou ele.- e a derrota para os mortos.-falou chutando a suspensão que mantinha o caixão que caiu com tudo no chão causando um enorme estrondo no mausoléu.Dolly não o ouviu mas ainda assim continuou apavorado tentando sair do caixão e mesmo assim achava estranho o fato daquele homem não o matar. Alguém começava a girar os pregos do caixão quando finalmente a tampa foi aberta e ele começava a respirar aliviado.

-Pandora.-sorriu ele dando um abraço na garota. A garota ruiva o abraçou fortemente apaixonada.

-Vamos antes que nos achem-disse ele.A garota fez uma expressão assustada percebendo o que acontecia ali.Saíram Pela estrada de terra em busca de um lugar seguro quando a chuva começou no entardecer eles ficaram debaixo de uma árvore,Dolly sorriu para ela esperando a chuva passar ela retribui com um fraco sorriso ele tocou em seu queixo lhe deu um beijo,naquele momento estavam sendo vistos por alguém que se impressionou com aquela cena.

-Charlote,é você?falou pandora.-Charlote olhou para ela assustada.

-Irmã é você?-perguntou pandora se referindo a irmã gêmea.Dolly se sentiu confuso ao perceber o que havia acontecido.Charlote abraçou a irmã sem poder falar nada.

-Você está bem Charlote?porque não fala?

Ela respondeu positivamente a irmã com a cabeça.

-Ela levou um tiro mas eu cuidei dela na caverna,a bala se alojou e consequentemente ela não pode falar. –Charlote sorriu para ela feliz ao vê-la.

-Vamos!-chamou pandora.-precisamos ficar o mais longe daqui.Eles enfrentaram a chuva e seguiram na estrada, no caminho Dolly foi ignorado por Pandora pois sentiu um intenso ciúmes quando assistiu aquela cena.Chegaram próximos da caverna onde estavam e Dolly parou.

-Vamos ficar na caverna.-falou ela.

Pandora olhou para Charlote que se aproximou de Dolly.

-Você quer ir com ele?-perguntou Pandora com um ar nada amigável.

Charlote hesitou mais respondeu positivamente.

-e isso que você quer?-gritou Pandora-Então vá com ele.

Charlote olhou assustada para irmã sem quere causar conflito.

-Calma Pandora.-disse Dolly- você encontrou sua irmã.

Pandora começou a chorar sentindo amor e ódio ao mesmo tempo.

-Você me confundiu com ela,me diga o que é isso!

Dolly colocou as duas mãos na cabeça e se agachou, Charlote não podia falar mas era visível a angústia em seu olhar.

-Fiquem juntos para sempre.-disse Pandora saindo correndo.

Charlote ficou ali olhando para o garoto esperando um socorro, e ele estava agachado parecia estar delirando as vozes não deixavam ele agir corretamente.Ele se levantou e pegou a mão de Charlote e os dois saíram correndo na chuva.Chegaram á um morro de terra vermelha e lá estava ele segurando Pandora pelos cabelos.

-Solta ela!-gritou Dolly.

Francinne jogou a menina no chão e seu rosto sangrou.

-Quem mandou você fugir-gritou ele- fala peste. Dolly se aproximou enfurecido com aquela cena.Francinne sacou uma arma e apontou para o garoto,Charlote começou a chorar sentindo um forte sentimento brotando em seu coração.

Sem medo algum ele se aproximou da arma e colocou o cano em sua testa,Francinne se sentiu envolvido com aquele ato.

-Você é como eu-disse ele-sabe porque Yan foi castigado?porque trouxe você pra cá sem saber quem era você.

Dolly continuou firme no olhar sobre francinne.

-Eu sou seu pai.-disse ele sussurando. O garoto começou a chorar em prantos.

-Eu sou sozinho,não tenho pai e minha mãe moreu.

-Me dê um abraço- disse Francinne.-Nem que seja em nome dessas suas garotas que parecem gostar de você.Francine abriu os braços e sob a forte tempestade Dolly o abraçou,o garoto chorou e uma pitada de amor invadia o coração de Francinne ele deu dois passos para trás emocionado.Em nome de duas flores ele decidiu ser de vidro,empurrou o pai que escorregando se agarrou nele e os dois caíram no precipício morro abaixo,sem grito sem dó e sem medo.

-Não!-gritou charlote em bom tom.

Pandora abraçou Charlote com as mãos tremendo naquele segundo um sonho se desfazia,mas em cacos duas vidas se refaziam e uma palavra foi cumprida até o final.

-


Biografia:
TENHO 16 ANOS E ADORO ESCREVER MINHA ESPECIALIDADE É A POESIA MAS ESCREVO CONTOS TAMBÉM,VOU PERSEVERAR PARA ME TORNAR UM ESCRITOR DE SUCESSO ESPERO AJUDÁ-LOS.
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