Eis-me aqui, diante de ti,
Sem máscaras, nem segredos,
Como almejavas, eis-me aqui,
Despido de preconceitos e pudores.
Divergindo da fantasia que criei,
Eis-me aqui envolto em sombras.
Sinto, em vez da alegria da libertação,
Apenas a vergonha e o arrependimento
A esmagarem meu coração contra o peito.
Eis-me aqui cercado por paredes úmidas,
Imerso em água gélida, penetrante,
Pouco a pouco se esvai minha sensibilidade.
Bem no alto, vislumbro um feixe de luz,
Por pouco tempo, em breve, nada mais verei.
Eis-me aqui, no fundo do poço,
Eis-me aqui, sem forças pra sair,
Eis-me aqui, onde mereço estar.
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