A MORTE
A morte bateu em minha porta.
Um dia cinzento, noite de amargura.
Um aroma enfadonho no ar.
Chamou-me com sua boca morta,
Voz fria , pálida criatura.
Certa de sua missão, estendeu-me
Suas mãos , adagas geladas .
Olhava-me com os olhos de trevas,
Levando-me as profundas.
Encerrar em uma lápide as minhas esperanças?
Deixe me despertar, não sou permanente,
Hei de ir , busca-me outro dia.
Mas não agora que a vida brota
Em meus poros como água salgada.
Deixa-me respirar o tempo que me restar,
vá embora, ainda não é chegada a hora.
Pois se assim fosse ,
não seria você
que num doce abraço por toda a eternidade faria-me adormecer.
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