Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Casa feita de Frevo
Tom Campos

     O poeta quando canta o carnaval, chora o tempo, saudoso e triste, porque esquece o som da palavra cantada, a emoção do verso que não se cala, quando em março, no soluço úmido do convite de São José (para plantar o milho) ou de qualquer outro santo, quer gritar o hino, quer o frevo, sempre ele, é ele que ferve, que é febre!
     Os homens mais sérios, quando o ouvem, vestem fantasias para tentar escapar dos seus “dia-a-dias” e acreditam poder viver um outro mundo, uma fábula, três dias que sejam!, por trás da charanga, de uma marcha qualquer e no meio da multidão de desconhecidos que, naquela hora, parecem ser os melhores amigos... Na frente de si mesmos, só colocam o que sempre esteve ali, dentro deles: uma vontade danada de viver um momento único, porque os fevereiros não são iguais, embora os figueiredos possam se encontrar, lá na casa feita de frevo, lá naquele pequeno lugar que fica entre morros redondos e disformes...
     A Princesa Serrana, toda vaidosa, tira a máscara e logo mostra, no brilho dos açudes esverdeados – que acordam de manhã bem cedinho, sob o astro-Rei, sua nova roupa para a festa e partilha a alegria de vestido novo com o “Capibaribe-criança”, com aquele curumin, filho da cunhã-chuva que corre solto entre os morros, para se Lambuzar no doce da cana, na mata, nos pés de todas as frutas...
     Os bem-te-vis agora assoviam frevo para as alegorias da natureza que são brinquedos de montar que não quebram porque todo ano a gente vai buscar na caixa de sonhos de carnaval, que fica bem ali, no quarto de vida que a gente esquece de ir dormir, mas que lembra quando acorda: chega o carnaval e como é bom chegar nessa casa, como é gostoso chegar em Timbaúba, nessa cidade tão bela, acolhedora e sensual...


Este texto é administrado por: Tom Campus
Número de vezes que este texto foi lido: 52828


Outros títulos do mesmo autor

Poesias Casa feita de Frevo Tom Campos
Contos Cancioneiro do Acaraú Tom Campos

Páginas: Primeira Anterior

Publicações de número 11 até 12 de um total de 12.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
Te esquecer - Milena Marques 53069 Visitas
Ser Assim - Yuri Felipe Rotermel 53069 Visitas
Enquanto a vida passa - PauloRockCesar 53069 Visitas
Uma ciranda no bosque - Francisco Martins Silva 53069 Visitas
ANTES DO INÍCIO DOS TEMPOS - sigmar montemor 53069 Visitas
TROCA DE PAPÉIS - Roberto Machado Godinho 53069 Visitas
A SINGULARIDADE - Luciane Vasconcellos Néglia 53069 Visitas
Coração se urbano - Anderson C. D. de Oliveira 53069 Visitas
469 anos da cidade de São Paulo - Vander Roberto 53069 Visitas
O infinito não adormece - Maria 53069 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última