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COLÔNIA DAS ÁGUAS
COLÔNIA DAS ÁGUAS
Henrique Pompilio de Araujo

Resumo:
Visitei recentemente a colônia espiritual das águas. É um lugar belissimo e que dá vontade de a gente ir morar lá.

COLÔNIA DAS ÁGUAS
     Esta noite fui levado a um mundo diferente. Um mundo inimaginável pelo ser humano. Não há nada nele que se parece com a terra. Eu estava a beira de um grande mar. Sua água é extremamente transparente com as cores meio azuladas e verdes. Não há onda alguma e ele está sempre calmo. Não há praias de areia, mas todas gramadas com belos jardins a sua margem. Aqui e acolá este jardim se adentra ao mar formando belos triângulos.
     Em nenhum momento vi um único barco, pois não há veículos algum neste mundo. As pessoas deslizam e podem andar e voar normalmente.
     Eu me vi deslizando por cima das plantas, nem mesmo as folhas se assemelham com as da terra. Todas as folhas são grandes. Blocos e blocos de flores por todos os lados. As plantas são todas verdinhas, mas a maioria das flores são brancas.
     Há muitas pessoas por todos os lados. Elas colhem pétalas de flores, destas pétalas elas extraem as essências, os perfumes e também servem para a alimentação.
     Não há parentes neste mundo. Todos são irmãos e é como se todos fossem uma grande família, mas havia muita gente, todas jovens, não vi crianças nem velhos e todos têm mais ou menos a idade de 20 anos. Todos se vestem iguais com uma indumentária branca. Todos estão de blusas e uma espécie de short comprido. Não vi ninguém usando calçados nem alguma coisa sobre a cabeça.
     Todas as cores deste mundo são bem suaves: branco, amarelo, azul, verde, cinza. Não há cores berrantes, nem escuras.
     O céu era transparente. Uma hora meio azulado, outra hora esverdeado e quase sempre surgindo a cor branca.
     As pessoas não comem como na terra. A alimentação ali é a base de flores, do mel, das essências retiradas das flores. A gente suga a energia destes alimentos, mas não os ingerem.
     Todas as árvores e plantas do jardim tem uma altura de uns 2 metros. As pessoas deslizam por cima destes jardins e vai para onde quer.
     Em certo momento eu desci ao chão com mais alguns amigos. Chegamos bem próximo a água do mar. Eles me disseram que ali não há peixes, mas existem uma grande quantidade de animais. Só vi um casal se banhando à beira da margem e estava do lado. Eles se banham com roupas normais.
     Fui andando de um lado e outro com uma pessoa ao meu lado que não identifiquei quem era. Ali somos todos irmãos e ninguém pergunta quem é quem. De repente eu me vi num barracão imenso somente coberto e nenhuma parede. O telhado me pareceu folhas de zingo, mas ele não faz nenhum barulho. Ali eu me senti no chão junto a esta pessoa. E logo lgo muitos animais marinhos chegaram perto de nós.
     Eu comecei a fazer carinho num animal parecido com uma lontra, mas que tinha a cor branca e uns pelos parecendo urso, mas não estavam molhados. O animal dormia tranquilamente. Outros animais chegaram perto de mim e ali ficaram deitados com a cabeça sobre minhas pernas. Comecei a fazer carinho em todos eles.
     Estes animais são todos marinhos, mas vivem tranquilamente na terra e respiram normalmente. Não há animais ferozes.
     Eu me sentia completamente feliz neste mundo e me esqueci de uma vez que ainda era um sobrevivente da terra. Eu estava inebriado com este mundo e feliz em saber que eu viveria ali para sempre. Mas eu estava enganado. Não era hora ainda. Então eu vi que as pessoas começaram a desaparecer, o jardim foi sumindo, o mar foi sumindo, mas eu me encontrava ali ainda junto a quatro animais que não saiam de perto de mim. Eram animais dóceis e carinhosos. Então de repente as coisas foram desaparecendo e eu acordei nesta terra triste para mais um dia de labuta.
     Fiquei triste quando voltei para cá. Gostaria muito de permanecer lá, mas não era hora ainda. Os mentores me afirmaram hoje pela manhã que este mundo é aqui mesmo na terra e é conhecido como COLÕNIA DAS ÁGUAS.


Biografia:
Henrique Pompilio de Araújo, nascido em Campo Mourão PR e radicado em Cuiabá MT. Começou a escrever desde cedo. Professor aposentado, bacharel em Direito e Teologia. Trabalhou em diversas escolas em Cuiabá e alguns jornais do Estado. Publicou sua primeira obra em 1977: Secos & Molhados - Poemas. Ultimamente publicou outros livros: "Flores do Além" Poemas, "Contos da Espiritualidade" - Contos, "Nas curvas da vida" Memórias, "Cinquenta contos" Contos. Há muitas obras ainda esperando edição.
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