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Jangada Precária
Bia Nahas

Rumo ao mar por uma precária jangada
deixa o pescador, uma pobre alma,
em desespero
Pelo medo
De não voltar do mar traiçoeiro.

Rumo ao mar por uma precária jangada
deixa sua esposa preocupada
Pelas chuvas bruscas
E reza para que a jangada seja forte
E que possa burlar a morte.

Rumo ao mar por uma precária jangada
Com trabalhadores unidos e esforçados de corpo e alma
Para um peixe bom trazer
E a Deus agradecer
por terem conseguido sobreviver
como guerreiros
e como amigos companheiros.

Rumo ao mar por uma precária jangada
Que quando apareceu a chuva foi fraca.
Foi a principal culpada!
Uma estúpida fracassada
ao meio foi quebrada!
Não aquentou o tranco,
E deixou a senhora aos prantos.

"Não vá, José!"- Ela bem que lhe disse
por ficar sempre tão triste.
Tanto ela insistiu e com ele discutiu,
Mas a responsabilidade do sustento da casa
Nele demais pesava,
e então ele persistiu...

Fazia sacrifícios todo dia
Para a sociedade e sua família
E agora que ele se foi, como será a vida?
A triste senhora está completamente perdida!
Sente dor e saudade do seu amado,
E ela ainda espera que volte logo aos seus braços!

A senhora tem esperança
Como uma criança
De encontrá-lo novamente!
Oh, Deus! Por quê tal tragédia com tão boa gente?

Clamam em desespero!
Clamam com tristeza no peito
Pelo que o pobre precisa enfrentar
Para sobreviver nesse maldito lugar!

Deus responde a mulher,
Pois tanto rezou a Ele
Que deve tentar fazer o que puder
para que se aproximem Dele.

Almas sábias devem aproveitar o aprendizado
das tragédias que são ao homem obstáculos desafiados
Para que seja possível aprimorar a sociedade com louvor
em respeito àquelas vítimas de tanta dor
que nunca deixaram de lado a prática do amor.

Vossa excelência vai voltar.
A senhora vai com José se encontrar
No dia do juízo
Depois dele ter descansado no paraíso
Pelo tanto que ele se dedicou ao nosso sorriso,
e por fim, até ofereceu a sua vida em sacrifício...

Ele era um homem bondoso
E bastante generoso.
Será assim lembrado
Pela família que verá sua morte
Como uma atitude nobre
De um corajoso homem
Que lutou toda sua vida para honrar seu nome.

Nome de um pescador valente
E sempre sorridente
Que pensava mais nos outros do que em si mesmo
E que ajudava sempre seus amigos do peito.

O que pensou em seus últimos minutos?
O que sentiu antes de partir desse mundo?
Como será o futuro dos pescadores?
Sonhava ansioso com um navio para fazer sentido suas dores.
Antes de partir
Esse pensamento o fez sorrir
Por ter certeza que esse sofrimento dos pescadores
um dia vai ter, sim um fim...

Nesse momento, foi Deus que a ele garantiu
o futuro pelo qual sorriu
Depois que a senhora triste numa prece pediu,
Mas graças a revolta ela nem viu
Que como sempre Deus agiu
Para amenizar a profunda mágoa
das almas desesperadas
que no mar foram levadas
pelas precárias jangadas.

Comentário: A poesia acima foi inspirada na música do Dorival Caymmi chamada "Suite dos Pescadores".


Biografia:
Oi, gente! Sou a Bia. Tenho 22 anos. Moro em São Paulo capital. Estou fazendo faculdade de psicologia. Cada poema é muito especial e único, pois expresso alguma inquietação social ou pessoal. Faço encomendas de poesias. Quem quiser me conhecer, será um prazer. Mande um e-mail que eu respondo. Email para contato: nahasbeatriz@gmail.com Meu blog pessoal de poesias: www.rumoaminhamente.blogspot.com.br Twitter: @Bia__Nahas
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