Ombro no ombro.
De tal modo e paixão,
Que me reconhecerias revelado em oração:
Esse bicho de pé,
Sendo ferido de morte ante a regeneração do poema,
Coágulo moendo eletrocardiograma mofado
Que, ao metamorfosear-se, ser-lhe-ia um objeto qualquer,
Apenas vergado.
Purgatório traído o é,
Traição alicerçando o pão de nós, também:
Quem sabe sendo esse cálice
Que se liga num e noutro,
A procura de espera,
Fosse-o assim domado, tal como
Um esqueleto o é e sê-lo-ia, a espera de papel,
Uma cova rasa rebuscando
Essa antagônica angústia...
Ao contar continhas
Reconheço-te sendo eu e a tempestade reescrita;
Dou-te ao magnânimo sereno.
Ao menos: fossem (teus) esses vulgares olhares
Que existem peados às frouxas ebulições das palavras
(Vazio da rouquidão do cigarro),
Poria-me a te procurar
No vão do vento, mão de algoz,
Nada de nada...
De tal forma,
Impeli-la-ia que tressintisses-me em gozo:
Sempre vivi de erguer casinhas,
De calcular pedrinhas,
De dar ao rush a sexualidade poética,
De viandar em longa auto-estrada,
Álibi do desejo.
Ah! As negras pupilas dilatam
Os planetas inabitados que, em nós, se bastam.
As esfumaçadas calçadas
— Antes, espermas copulados,
Agora fomes cuspindo pusilanimidades —,
São-me lúgubres cinzas que, demasiadamente,
Ainda fluem do velho corpo,
Objeto de nós!
Ah! Tu, cédula de tentação!
Tressintas-me, e não suponhas que já morri...
Afinal, desviei-me do caos!
Distinguir em tuas ordinárias cópulas
Aquilo que cabe caber no bicho que é
(Vênus a espera de orgasmo):
Soa como desenterrar vexames de auroras,
Ressoa como te queixar um ai,
Soa e ressoa como ver um talo de benjaminzeiro
Prestes a se desabar (in aeternum),
Sobre a vagina da cidade.
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