e foi ali nessa aldeia o kretire, que conheci minha segunda familia. Todos me tratavam muito bem, havia muita fartura de frutas, carnes de caça. As mulheres eram muito alegres, e embora eu ficasse um pouco com medo dos homens, todos me tratavam muito bem. Fizeram uma pequena farmacia de pau a pique coberta por sapê, prateleiras de pau roliço, e ali eu atendia os doentes. Depois ia banhar-me no rio junto com as mulheres. Quando não tinha doentes eu ia para a roça com eles, e assim fui aprendendo a lingua. Me pintavam de genipapo e urucum e eu me sentia em casa. Final de tarde me reunia com os homens e ouvia Raoni o grande Cacique falar dos problemas da aldeia, e dos entornos, ja que não muito longe havia uma grande fazenda e segundo Raoni ali era local sagrado para eles. Logo senti que estava vindo conflito.
Os meses passavam e eu estava ali só com eles e estava gostando tanto que ás vezes isso me assustava. Me sentia a Jane, só faltando o Tarzam kkk. Não tinha contato com o mundo externo, não tinha noticias de minha mãe, meu noivo que a essa altura ja seria ex-noivo, mas naquele momento, naquele lugar isso já não me importava. Ja havia passado mais de um ano, e eu estava totalmente adaptada.
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