Não fosse suficientemente bizarro Pablo Vittar ser levado a sério como cantora, ele já foi considerado “a Melhor Artista Brasileira”; levou o 13º lugar como a “Mulher mais Sexy do Ano de 2018”; depois foi eleito, vejam só, o “Homem do Ano”; Valesca Popozuda, em questão de prova em escola pública, foi chamada de pensadora; Miriam Leitão é a intelectual do ano. No país onde Lula é “Doutor Honoris Causa” nada pode causar indignação.
Miriam Leitão é autora dos seguintes textos: “O cenário econômico não é desastroso. Mas também não é muito positivo”; “Ele [Sergio Massa] foi muito bem de fato [no debate à Presidência da Argentina], mas tão bem que isso se virou contra ele”; “Apesar de mais alta, inflação de fevereiro traz boas notícias, na avaliação de analistas”; e “Inflação está baixa, mas população sente o peso dos preços. Entenda a diferença entre os números e a percepção”.
A comentarista de Economia virou meme com o “Selo Miriam Leitão”. A “certidão de autenticidade” é conferida às suas reportagens excessivamente governistas e manchetes tão absurdas que poderiam ser atribuídas à nossa guerreira. Em reportagens extremamente bajuladoras, a ex-terrorista abusa de “duplos twists carpados” semânticos, contorcionismos linguísticos e “sambadyloves”, quase sempre relativizados com um “Entenda” ou uma conjunção adversativa, sobretudo “mas”.
A jornalista da Rede Globo, eleita a “Intelectual do Ano”, não me surpreenderia se recebesse o “fardão” da “Academia Brasileira de Letras”, já que o critério para eleger os imortais está mais, digamos, maleável.
Quando a mulher do ano não precisa ser mulher, o homem do ano não precisa ser homem, a cantora ou cantor não precisa cantar bem, a “miss” não precisa ser bonita nem mulher, a atleta pode ser o atleta e os jornalistas defendem a censura, Miriam Leitão, a difusora do “Tá ruim, mas tá bom”, pode ser intelectual.
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