Chega a noite, finda a guerra diária.
É preciso enterrar os mortos, a vida continua
Mais morta que nossos carros.
É hora de erguerem-se, ó sombras!
Mas há alguém que não dorme,
Alguém que, velando, mantêm o real.
Dormir é turvar a realidade,
É encontrar razão no não-ser.
Na noite, onde as leis falham,
Onde a quântica não chega,
Onde “deus está morto”,
Há um homem que vive,
Que chora e que ama
E que olha o mundo
Do alto de um edifício
Por uma janela escura.
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