Certo dia
os pássaros sem explicação
Se calaram,
Vi flores de várias espécies
Enegrecerem.
E presságios oníricos pertubantes
Despertarem.
Até que num alvorecer
A dor em alguns semblantes
Começou a transparecer.
Foi no cair do crepúsculo
Serpentino
No antes azul oceano,
Para torna-lo vil e rubro.
E tremores na Terra,
Com temores na espera,
No desenrolar do eclipse,
E destruição dos vórtices.
Seguiram jogando sua sorte,
uma prece aos céus.
E dos mausoléus levantando,
uma levoa de mortos,
E a carnificina contra os vivos,
Foi iniciando.
Os seres humanos já tinham exaurido
Todo o planeta e suas provisões
Provedoras de esperança.
E agravaram as intempéries
Pelo ouro e suas ganâncias.
Vendo a terra gélida
Que machucava os pés,
E a tez inocente cortada
Da donzela esperança,
De olhos cristalinos congelada.
Veio noite que parecia eterna
Mas termina.
E quanto as trevosas nuvens,
O Sol que estava enclipsado
Faz do mundo um deserto
De ferir o Ícaro alado.
Senti a terra ardente
Que fustigava meus pés,
E com a face orgulhosa mas arrependida,
Eu caminhei pela nossa matança
E de nossos vespertinos sonhos
Vi que não sobraram quase nada.
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