E quem contará a história dos que se foram?
Lápis e papel em branco em minhas mãos.
É tarde, fim de tarde. O sol morre lentamente no infinito avermelhado do horizonte . Mais um dia que se vai, este , para nunca mais voltar .
Vagarosamente a noite vai parindo a escuridão , e na penumbra dos mistérios que separam o dia da noite ecoa o bater de asas de um rasga-mortalha trazendo consigo uma brisa triste e melancólica.
Agora já é noite, a escuridão cega os olhos e aflora na imaginação a história dos já se foram, histórias que o sol ardente , as chuvas e o tempo trataram de apagar.
Haa... tempo cruel , aos poucos nos rouba a presença do que amamos , os braços , o calor dos abraços, os sorrisos desapercebidos, os olhares distraídos, o ombro amigo, o suspiro ainda na juventude , a infância , o colo de mãe.
Paro, coloco o lápis sobre a mesa e na palidez do papel em branco percebo que não há palavras, rimas ou versos capazes de descrever o vazio da saudade daqueles que se foram e ainda permanecem vivos em nossos corações .
A noite agora predomina , mas ela também há de morrer para que um novo dia possa nascer .
É vida que segue
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