Vou contar uma horrenda história para vocês. Não lembro se estava dormindo ou acordado, entretanto duvidar das verdades desse conto será um fardo em suas vidas.
Aconteceu há muito tempo. Quando meus ossos ainda estavam dispostos e os cabelos da minha cabeça não eram brancos como a neve.
Um navio com uma grande tripulação. Eles assaltavam as cidades, matava as pessoas, violentava as mulheres. Tudo isso com um capitão, Ronald Strickland.
O capitão selecionava os seus marujos a dedo. Eles precisam não ter coração e nem piedade. Contudo, Strickland era o pior de todos.
Açoites diários naqueles que ousasem o olhar com os olhos erguidos.
Aos poucos sentimentos começaram penetraram nas narinas da tripulação. Ego e a irá.
Foi quando todos decidiram planejar um motim contra o maioral do navio. Ao chegarem na cidade mais próxima para uma de suas chacinas, o plano entrou em prática.
Acertaram Strickland por trás. Não na cabeça, mas nos ombros e nos pés. Eles não queriam o ver morto, mas sim gemendo.
Se apossaram do barco e o largaram Ronald Strickland numa ilha.
Sozinho, com frio e calor. O ex-capitão não gritou, não chorou como eles esperam. Mas permaneceu em silêncio.
As horas se transformam em dias, dias em semanas. A paranóia começou a ser sua melhor amiga.
Depois de 4 semanas, ele se lembrou do que haviam jeito. Não suportando pegou uma planta com espinhos. Ao sangue jorar pediu aos deuses uma bênção.
Que todos os homens do navio, outrora dele, nunca sentissem a terra e para sempre navegacem.
Os deuses ouviram seu clamor e tão bom que são ainda derramaram mais pragas. Os rostos se tornaram como a pior imagem.
O canto rotineiro da tripulação não se ouvia mais. Vermes foi o adjetivo que os deuses colocaram em cada marujo.
Eles nunca mais foram vistos. Lamentaram durante anos, mas ninguém podia ouvi-los. E mesmo depois do último suspiro de Strickland, estavam fadados a maldição eterna.
A história se tornou mito, o mito se tornou lenda e ainda é possível as noites ouvir o choro, não de Strickland, mas de seus homens. Que ainda vagam pelos mares, esperando o perdão dos deuses.
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