Ano após ano nos vemos absortos em nosso próprio mundo cada vez mais isolados e mais dissidentes àquela proposta que foi principal à nossa forma de viver: a comunhão. Cada vez mais nos distanciamos dos valores essenciais que nortearam a grandes conquistas dos homens e nos aproximaram de Deus para apostar tudo no devir, no amanhã ou como queiram, num futuro mais ético, mais justo, menos desigual. A cada ano em nome da igualdade nos tornamos desiguais. Em nome da justiça nos tornamos injustos. Em nome da verdade abolimos a verdade propriamente. Nem mesmo percebemos que houve Alguém que trouxe Uma Boa Nova e igualou todos os homens. Mostrou aos fracos o supremo amor de Deus, dizendo que mesmo eles foram feitos à Sua imagem e semelhança. Foram esses preceitos de amor, caridade, piedade, fraternidade que ano após ano nos apressamos em nos livrar e acabamos não percebendo que esta data existe pra afirmar categoricamente que toda a aposta que fazemos aqui neste mundo, em sentido imanente, não nos levará ao mundo ideal. O reino dos céus já existe. É em nome dele que celebramos o Natal. Que não esqueçamos.
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