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Mentes vazias, repletas de nada
Tiago Souza Penha


É possível se encher de nada? É possível um recipiente transbordar de tão vazio que esteja?

Essas perguntas são no mínimo sem lógica alguma, mas, existe lógica pra explicar a vida? É como tentar explicar o inexplicável, ora, se já sabes que é inexplicável por quê então buscar tal explicação? Talvez isso decorra de um processo de autoafirmação, onde o indivíduo necessita sentir-se completo, mesmo que, esteja se enchendo de coisas vazias. Mas, como isso é possível? É de se pensar que, por um instante a sensação de total preenchimento nos rouba a sensatez a ponto de perdermos a visão e a sensibilidade. Ah se pudéssemos ver além do que os olhos podem ver! Ser cheio significa que não há espaço pra mais nada. A indústria global está a todo instante nos dizendo que tudo o que temos ainda não é o suficiente, não há mais as necessidades básicas de sobrevivência humana, comer, beber e vestir, existe a necessidade de comer uma bela Lagosta, beber os melhores vinhos e, é claro, vestir um look composto por um Hugo Boss, Lacoste e sem esquecer que a bolsa da Louis Vuitton não pode faltar. O suicídio é a primeira causa de morte não natural em vários dos países mais desenvolvidos do mundo como a Noruega, os Estados Unidos, a Dinamarca, a Finlândia, a Austrália, a Nova Zelândia, a Suécia, o Canadá e a Suíça. Nos Estados Unidos, por exemplo, são registradas por ano mais suicídios do que mortes por acidentes de trânsito. Estes dados alarmantes mostram que nestes países considerados "mais prósperos" o grau de satisfação e alegria alheia incomodam demais as outras pessoas, na Suíça, é comum as pessoas mais afortunadas, comprarem o direito de exclusividade para a antecipação da compra do novo modelo de uma grande montadora de veículos antes mesmo de seu lançamento no mercado, e isso causa tanta frustração no vizinho ao lado, a ponto do mesmo se sentir um derrotado por não conseguir tal feito e por vezes o leva a cometer o suicídio. Enquanto isso, muitos de nossos irmãos na África, Índia, Haiti e Bangladesh estão morrendo de fome e sede, e os que sobrevivem lutam todos os dias contra a miséria e pobreza extrema. Os Shopping Centers estão sempre lotados, muitos vão ali para comprar o que não precisam simplesmente para cumprir um ritual do consumismo desenfreado. Mas pelo menos ali finalmente encontramos pessoas cheias, cheias de futilidade, mentes brilhantes entregues aos jogos de vídeo games que são usados como passatempo, um tempo precioso que fora negociado e jogado fora. Os jovens se reúnem à mesa e logo sacam do bolso os seus poderosíssimos smartphones, e então, começam uma interação social com as mais diversas pessoas conectadas, menos com aquelas que estão sentadas na cadeira ao lado, e que divide com elas esta mesa. Eles estão transbordando de conversas e pensamentos tão vazios quanto suas mentes podem produzir. Não restam dúvidas de que precisamos nos encher do Pleno conhecimento acerca da vida, dos relacionamentos, da ciência e muitas outras coisas, mas, é mister que, reservemos um tempo para uma autorreflexão que nos permita identificar os espaços que estão sendo preenchidos por coisas vazias.


Biografia:
Técnico em Celulose e Papel(SENAI-PR), cristão, estudante de Administração de Empresas e amante da Literatura.
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