Os ocidentais trazem na cara um sorriso estampado. A luta pela vida não lhes assume o caráter de guerra. Não conhecem os horrores dos estrondos, nem tão pouco os combates violentos com o próprio sentimento de superação. Não os entristecem as cenas periódicas de devastação e miséria, o quadro assombrador da absoluta carnificina estampada na vida de cada infeliz oriental não faz parte de sua parede. Não tem, nas horas tranquilas de felicidade, a preocupação com o futuro, que é sempre uma ameaça, tornando aquela instável e fugitiva. Desperta para a vida amando o lugar deslumbrante que o aviventa, e passa por ela jovial, aventureiro, fanfarão e despreocupado, tendo os dias como uma batalha que lhe fará conseguir o conforto do seu esforço capitalista.
O sírio, porém, cria-se em condições opostas, em uma intermitência, raro perturbadora de horas infelizes e cruéis, de medo e medo, tendo sobre a cabeça, como ameaça constante, misseis, acertando-os e os fazendo passar por períodos sucessivos de devastação e desgraça. A quem diga que são condenados a vida, mas, como viver é adaptar-se, eles são rotineiramente transfigurados pela realidade, transparecendo bárbaros, gladiadores, que tentam não desaparecer em meio ao turbilhão de violência aparentemente interminável.
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