Ator, vindo de fora. Palco em luz ao centro. Uma poltrona, uma mesa, um cigarro ao cinzeiro, um óculos (com lentes redondas), um pequeno abajur com arranjos em detalhes.
Vem vindo o ator. Caminha pausadamente, frio. Ao entrar na sala sente um clima familiar. Senta-se na poltrona encarando o publico. Denota nervosismo, esfrega suas mãos, secando-as. Olha para o publico, como se procurando alguém. Olha para dentro e chama: “Emilia! Emilia?”. Em seguida, para e começa a escrever.
Voz (in off)
Ide!
Ide, mas deixai uma ultima rosa
Para a lembrança das primaveras
Que vivemos juntos.
De todas as estações
A melhor foi a sua,
mesmo assim,
como todas apenas posso usufruir uma vez ao ano...
Ide...
E não mais falemos nisto,
Pois, quando se torna o ouro vulgar
Vale menos que o cobre.
|