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Carta de amor a um pessimista
oscar maloney

Ontem a noite pensei em me matar. Obviamente não foi a primeira vez, porém ontem eu quase fui até o fim. Depois de ingerir o terceiro comprimido olhei uma foto sua, comecei a chorar e então fui ao banheiro e vomitei tudo. Acho que sou fraca.
Por que foi que terminamos mesmo? Já não lembro muito bem, acho que foi por causa do final daquele filme, você disse que o ator não merecia ficar vivo e eu disse que ele ter ficado vivo já seria sofrimento suficiente. De qualquer modo era um final triste, do jeito que nós gostamos, deveriamos ter nos concentrado nisso assim não haveria briga.
Quem eu estou tentando enganar, as brigas sempre existiram. Mas e os bons momentos, eles também não existiram por um acaso? Até pessoas como nós merecem boas horas, boas lembranças, é o que ainda nos mantêm aqui nesse mundo em ruínas, nessa fortaleza da solidão.
Hoje já não quero mais morrer. Queria ver você novamente, sinto sua falta, sei que sente minha falta também. Acho que precisamos conversar. Tenho que te dizer que ainda o amo e que você é a única coisa que me deixa mais perto que posso estar de ser feliz. Lembra quando riamos juntos, será que aquilo era felicidade ou apenas mais um de nossos devaneios? De qualquer forma era ótimo. Anseio por mais tempo com você e seu humor mórbido, passar horas discutindo a razão de tanto sofrimento inerente ao ser humano. Até mesmo de brigar com você e querer te matar quando me chamava de “atriz principal da novela das oito”.
O que faremos?
Nunca encontrei um sentido em minha existência e mesmo quando estava com você não fui capaz de encontrar. Mas ao menos estando ao seu lado foi possível dividir esse sentimento de inadequação com alguém. Você é especial pra mim.
Responda assim que for possível, fale comigo, não me ignore por favor, não preciso de mais um motivo para sofrer. Viver nesse mundo marcado pela dor já é sofrimento mais do que suficiente.

Com amor, Maya.


Biografia:
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