“As aparências enganam”
“Quem vê cara não vê coração”
“Quando seu ciso nascer você toma juízo”
“Mitos e deuses ainda na antiguidade eram lindos e robustos, eram guerreiros e fortes, eram belos e tinham as mulheres aos seus pés.” Toda a capa que envolve nossos ossos não seria capaz de esconder quem realmente somos, nosso caráter e nossa sabedoria ou conhecimento. Delicada, assim como suas milimétricas questões, a estética e seus campos de discussões são tão vastos quanto qualquer outra obra do conhecimento humano. Foi assim que os maiores pintores e escultores do mundo passaram para as telas e mármores suas primeiras impressões da beleza perfeita, o conceito e padrão de estética.
Julgar pela aparência, o belo ou o feio. Adjetivos são usados freqüentemente e a alusão ao que parece certo nem sempre é compatível com a realidade. Devemos descartar qualquer pré-conceito e deixar claro, os gostos que, alheios, são diferentes. Haveria uma medida certa para tudo? O que o mundo moderno está fazendo com os corpos, rostos e cabelos? Estética seguiria uma moda? Qual seria o tamanho certo para cada nariz? As perguntas são feitas e as respostas são rápidas. Fácil, tudo vai do gosto de cada um e principalmente o dinheiro que cada um tem para esse fim, pois para muitos cuidar da estética continua sendo ir todo mês ao salão de beleza ou barbearia para cortar os cabelos.
Na ridícula insanidade de Adolf Hitler, a cor dos olhos, a cor da pele, a cor dos cabelos, e o tamanho do nariz eram algumas das inúmeras características impostas à chamada “purificação da espécie”. Um paquímetro de alta precisão media o tamanho e a largura do nariz e se esse não correspondesse ao limite imposto não haveria um cirurgião plástico para salvar a vida daquele que não era cem por cento ariano. Hitler pregava um mundo de olhos azuis, cabelos lisos e claros, a pele branca e o nariz afilado, igual ao que Pitanguy fez em Xuxa.
O mundo e seus pensamentos evoluíram, assim como toda a tecnologia e a medicina em prol da beleza – que pode ser comprada. Cada vez mais a procura a centros estéticos cirúrgicos se torna tão comum quanto ir a uma consulta de rotina. Verdades e mentiras, a perfeição comprada revoluciona os concursos de moda e misses do mundo todo. Exemplo desta mudança é a nova miss Brasil, com suas intercessões no nariz, prótese no busto e algumas lipos. São métodos não convencionais para se ganhar um concurso de beleza. Colocar em jogo a verdade da beleza natural seria, por exemplo, o que todo político faz em época de campanha: uma maquiagem linda que esconde seu próprio caráter e suas mentiras.
“Debaixo do sol, tudo é vaidade”. Assim diz uma das frases da Bíblia. Todos têm suas vaidades, algumas tão peculiares e outras tão fúteis, muitas higiênicas, muitas saudáveis. Cuidar do corpo material, da nossa capa é muito importante, tanto para a auto-estima quanto para saúde corporal que evidentemente vai se refletir em todo nosso organismo. Alimentação é a principal tarefa quando se trata do corpo humano. Exercícios e uma vida ativa são tudo para o corpo e a mente. Meditação seria uma última palavra, a mais importante, pois o bom funcionamento da mente é o que nos leva à inteligência emocional. Que pena! Isso não pode ser produzido em laboratório ou num ato cirúrgico.
Estamos vivendo um período de evolução e mudanças naturais, a começar pelo dente de ciso que num futuro bem próximo, ou melhor, isso já acontece, deixará de existir. Em algumas pessoas estes dentes não nascem mais. Trata-se de uma evolução da arcada dentária que constitui nosso maxilar e nossa estética. Essa evolução histórica já é comentada por muitos dentistas e médicos. Debater sobre essa evolução natural é preciso quando falamos de tantos métodos artificiais. E tantos maus métodos que o padrão de beleza mundial impõe às mulheres e homens que procuram cada vez mais o sonho do corpo ideal. Bulimia, anorexia, anabolizantes, asteróides e hormônios. Métodos e doenças que têm como sobrenome a preguiça e a falta de informação. Temos que ter juízo, acima de tudo quando tratamos de nosso corpo. Ou poderemos, num futuro próximo, ter que implantar os nossos cisos.
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