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Lado Branco
José Ernesto Kappel

A lembrança tem
dois lados
a de lá -
e o lado que você veste.

Sempre me perguntam
como fui parar
no lado branco,
o do sol, como o sal
e sujeito a rebeldia.

De nós,
demos mãos dadas,
toques diferentes,
como pétulas
de rosas de verão,
velejando pelo seu rosto.

Coisas diferentes.

Que ninguém sabe onde
começou
nem onde vai parar.

Mas uma coisa
é certa
de lá pra cá restou pouco.

Só tive tempo de tomar
um aguardente,
cumprimentar amigos na
esquina,
me esbarrar com
a multidão,
atravessar a longa avenida,
como uma corça perdida,
pegar o bonde das três
e ir lá,
bem longe da terra,
enterrar ela
no meu
espírito
já tão embriagado.

E essa história de
imortalidade é puro
cosmético:
hoje, quem perde
perde,
quem foi, foi tarde,
ninguém quer ouvir!

Resta seguir o corso
e lapidar inocências
e querências
de trésontem.

De mal ninguém tem nada
mas na hora de perder
Lá me chamam:
-João ! Ô João ! Carrega
o caixão do seu
espírito.

Mas, quantas
águias famintas
e rosas lânguidas
habitam dentro de mim ?

Só meu lado
branco pode
chorar por isso!

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