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Experiência no Umbral
Giulio Romeo

Era uma noite escura e sem estrelas, e Earl caminhava sem rumo, sentindo a densidade do ar ao seu redor como se estivesse submerso em um mar espesso e invisível. Não sabia exatamente como chegara ali, apenas que tudo à sua volta parecia uma extensão eterna de sombras e frio, um lugar desprovido de cor e esperança.

O chão era arenoso, lembrando-lhe vagamente um deserto, mas havia algo diferente — não era um lugar natural. Ao seu redor, sons indistintos ecoavam, vozes que sussurravam e gemiam, como se estivessem sendo carregadas pelo vento, mas que nunca se calavam.

Earl não sabia quanto tempo já estava ali; o tempo parecia não seguir as regras normais. Ele se lembrava vagamente de uma vida passada, de amigos e de uma cidade barulhenta, mas tudo isso parecia tão distante que ele não conseguia se apegar a essas memórias.

Enquanto caminhava, viu figuras ao longe — seres contorcidos, vagando sem direção, alguns sentados com os braços ao redor dos joelhos, rostos escondidos pelas sombras. Havia uma tristeza esmagadora em suas expressões, mas também uma sensação de resignação, como se estivessem ali há tanto tempo que tinham se esquecido de qualquer possibilidade de mudança.

“Você está perdido, não é?”, uma voz sussurrou ao lado dele. Earl se virou e viu um homem magro, de pele pálida, vestindo um manto negro que parecia fundir-se com o ambiente. Seus olhos eram profundos, quase vazios, como dois poços sem fundo.

“Eu... eu não sei”, respondeu Earl, sentindo um nó se formar em sua garganta. “Não sei como vim parar aqui.”

O homem sorriu, um sorriso que não trazia consolo. “Poucos sabem. O Umbral não é um lugar para onde você vai. É um lugar que você atrai.”

Earl ficou confuso, tentando entender o significado daquelas palavras. “Por que estou aqui, então?”

“Suas ações, seus pensamentos, suas emoções. Eles moldam o que você encontra depois da vida física. Aqui, você encontra uma réplica dos conflitos internos que carrega dentro de si, uma reflexão do que ainda não resolveu.”

A compreensão veio lentamente. Earl sabia, no fundo, que sempre fora uma pessoa de ressentimentos, que guardava mágoas e evitava lidar com seus erros e com o peso de suas próprias ações. Ele percebia agora que seu estado mental e emocional tinha moldado o lugar onde ele estava — o Umbral era um reflexo de sua própria escuridão.

O homem o observava, como se pudesse ler seus pensamentos. “Não há caminhos fáceis aqui. Mas a jornada é possível. Aceitar suas fraquezas, enfrentar os erros do passado e libertar-se do ódio são passos que você deve trilhar. Quanto mais rápido você começar, menos denso será o ambiente à sua volta.”

Earl sentiu uma centelha de esperança misturada ao medo. Sabia que seria uma jornada longa, mas, pela primeira vez, também sentiu que poderia haver uma saída. Com um aceno de despedida para o homem, ele respirou fundo e começou a andar, consciente de que cada passo que dava era um passo para dentro de si mesmo.

O antigo envolvimento físico com sentimentos e atitudes reprováveis e desprezíveis

Earl caminhava com passos pesados, as palavras do homem ecoando em sua mente. Sabia que a jornada pela qual estava prestes a embarcar seria um mergulho profundo e doloroso em memórias que preferia enterrar. À medida que avançava, as sombras ao redor pareciam intensificar-se, e os sussurros transformavam-se em ecos distorcidos das vozes de seu passado.

Em um instante, ele sentiu como se estivesse sendo puxado para trás, seu corpo flutuando em uma corrente invisível que o arrastava para dentro de uma memória antiga, mas viva em detalhes. Era como se estivesse presente novamente na cena: estava em uma sala escura, com a presença de pessoas que conhecia bem, todos envolvidos em uma conversa onde a falsidade e a intriga eram os temas principais. Earl era, naquele tempo, alguém que tirava prazer em manipular, em espalhar rumores e fazer jogos de poder, alimentando-se do sofrimento e das fraquezas dos outros.

Viu-se de novo, conversando com um colega que ele usara para tirar vantagem em seu antigo emprego. O rosto do colega aparecia claramente diante dele, marcado pela ansiedade e pela incerteza que Earl, cruelmente, havia implantado. Ele percebeu, agora, o quanto aquele jogo de manipulação e abuso psicológico o havia alimentado, como se fosse uma energia venenosa que ele, inconscientemente, buscava.

Ao seu redor, as sombras se intensificaram, e Earl começou a ouvir as vozes das pessoas que havia traído, que ele havia magoado deliberadamente. Elas falavam de sentimentos de traição, de dor e de desespero. O peso da culpa apertava-lhe o peito, e ele finalmente compreendeu o que o homem havia dito: ele estava enfrentando os ecos de sua própria consciência, as feridas que havia deixado nas pessoas estavam agora expostas diante dele.

Sentiu o chão se abrir sob seus pés e foi jogado para outra lembrança, um relacionamento amoroso que havia destruído por causa de seu próprio egoísmo. Viu-se novamente ao lado de uma mulher que o amara intensamente, mas que ele nunca valorizara. Lembrava-se de como usava suas fraquezas para controlá-la, de como se tornara insensível aos sentimentos dela, preso a um orgulho que agora lhe parecia repugnante. As promessas vazias, as mentiras, o desdém — tudo voltou como um veneno se infiltrando em sua mente.

Agora, no Umbral, ele pôde sentir o impacto de suas ações, não apenas como memórias, mas como dores reais que atravessavam seu corpo, como se fossem punhaladas invisíveis. Cada ferida emocional que causara nas pessoas que passaram por sua vida parecia agora ecoar em sua própria alma, e o Umbral refletia cada um desses sentimentos de forma palpável.

Earl caiu de joelhos, com o rosto entre as mãos, os gemidos de dor e arrependimento misturando-se aos murmúrios ao seu redor. Sentiu uma presença familiar ao lado dele. Ao levantar a cabeça, viu o homem de manto negro observando-o com um olhar severo, mas cheio de compreensão.

“Reconhecer a dor que você causou é o primeiro passo”, disse o homem. “Mas há mais do que apenas reconhecer. É preciso aprender a curá-la, a expiar seus erros, não apenas para os outros, mas também para si mesmo.”

Earl sentiu as lágrimas escorrendo pelo rosto. Pela primeira vez, percebeu o peso das escolhas que fizera, dos sentimentos mesquinhos e atitudes desprezíveis que o levaram ao Umbral. Mas, ao mesmo tempo, uma fagulha de entendimento começou a nascer dentro dele. Ele sabia que teria que revisitar cada uma dessas memórias, aprender com cada ferida e encontrar uma maneira de desfazer, ou ao menos amenizar, as cicatrizes que deixara nas vidas dos outros.

Ainda haveria muito a enfrentar, mas, naquele momento, ele sentiu que começava a trilhar o primeiro passo de sua longa redenção.


Agora livre do passado físico e recebendo o perdão dos céus

Depois de inúmeras jornadas por memórias dolorosas e noites intermináveis no Umbral, Earl começou a sentir uma leveza inexplicável. Havia revivido cada erro, cada ferida que infligira, cada mágoa que espalhara, enfrentando seus atos sem tentar esconder a culpa ou se justificar. A princípio, a dor era insuportável, mas, com o tempo, ele percebeu que, ao aceitar sua responsabilidade, algo dentro dele começava a se transformar.

Em uma dessas noites, Earl foi surpreendido por um brilho suave que atravessava a densa escuridão do Umbral. Uma luz serena e cálida, diferente de tudo que já havia experimentado ali, irradiava de um ponto distante, como se fosse um raio de sol perdido no meio de um deserto de sombras. Curioso e impulsionado por uma força maior, ele começou a caminhar em direção à luz.

Ao se aproximar, a escuridão ao redor parecia dissipar-se lentamente, revelando paisagens que, antes sombrias e frias, agora exibiam cores suaves e formas serenas. À medida que avançava, a sensação de peso que o acompanhara por tanto tempo começou a diminuir, como se, a cada passo, ele deixasse para trás fragmentos da dor que carregava.

Então, ao alcançar a origem daquela luz, Earl foi tomado por uma paz tão profunda que seus olhos se encheram de lágrimas. Diante dele, uma figura resplandecente o aguardava — um espírito de bondade e serenidade, irradiando um amor incondicional que Earl nunca havia experimentado. Ele soube, de imediato, que essa presença era uma emissária do perdão, uma extensão da misericórdia divina.

"Earl", a figura falou, sua voz tão suave quanto o vento, "Você enfrentou o que precisava enfrentar. O Umbral reflete o que está dentro de cada um, e ao revisitar cada dor que você causou, você não apenas enfrentou seus erros, mas também buscou aprender e se transformar.
A jornada da redenção é longa, mas seu esforço não passou despercebido."

As palavras ressoaram dentro de Earl como uma melodia que curava cada parte ferida de sua alma. Ele caiu de joelhos, incapaz de conter a emoção. "Eu errei tanto... Não sei se sou digno desse perdão."

A figura sorriu, aproximando-se dele. "O perdão não depende de perfeição, Earl. Ele é concedido a quem, com sinceridade, busca se transformar. Você provou que seu arrependimento é verdadeiro e que seu desejo de se tornar alguém melhor é genuíno."

A figura estendeu a mão, e Earl sentiu uma energia suave e cálida preenchê-lo, como se cada pedaço fragmentado de sua alma estivesse sendo curado e reintegrado. Foi como uma chuva sobre a terra seca, revitalizando-o e despertando uma nova essência dentro dele. A dor e a escuridão que o haviam consumido por tanto tempo começaram a se dissolver, dando lugar a uma clareza serena e luminosa.

Com um último olhar de amor e compaixão, a figura pronunciou: "O Umbral serviu ao seu propósito. Agora, está na hora de seguir para além dele, de encontrar um novo começo."

Aos poucos, a figura começou a desaparecer, mas a luz ao redor de Earl permaneceu. Ele se ergueu, sentindo-se renovado, como se houvesse finalmente libertado a última corrente que o prendia ao peso de seu passado. Ao dar o primeiro passo em direção à luz, sentiu um vento suave tocá-lo, trazendo o aroma de flores e um frescor de esperança.

Earl sabia que a jornada para o autoconhecimento e para a evolução espiritual continuaria, mas agora ele avançava com o coração em paz, redimido pelo perdão dos céus e liberto das sombras de seu próprio ser. Ao deixar o Umbral para trás, seguiu em direção ao desconhecido, mas com a certeza de que estava, finalmente, trilhando o caminho da verdadeira luz.

Após ser envolvido pela luz e guiado para fora do Umbral, Earl foi acolhido em um lugar de beleza serena e indescritível. Não era um local físico, mas uma dimensão de paz e harmonia, onde as cores vibravam em tons de amor e compaixão. Ali, ele encontrou guias espirituais — espíritos de sabedoria e bondade que o observavam com olhares gentis, como mestres compreensivos que acompanham a jornada de um aprendiz dedicado.

Um desses espíritos, de presença leve e acolhedora, aproximou-se de Earl e começou a explicar, em palavras que pareciam vir direto para sua alma, o significado de tudo o que ele havia vivido.

"Earl", o espírito começou, "O Umbral é um reflexo da mente e do coração humanos. Ele é uma dimensão criada pelas energias de sofrimento, culpa, ressentimento e arrependimento que acumulamos durante a vida. Quando uma alma deixa o corpo físico ainda presa a essas emoções, ela é naturalmente atraída para esse lugar, que funciona como um espelho daquilo que ainda não foi resolvido em seu interior."

Earl ouvia atentamente, e tudo fazia sentido agora. O Umbral não fora um castigo, mas uma consequência natural de suas próprias ações e escolhas, das sombras que ele carregara em vida.

"O Umbral é um estágio de aprendizado," continuou o espírito, "um lugar onde cada alma tem a chance de confrontar seus próprios erros, enfrentar as dores que causou e, através desse processo, buscar redenção. Você viu suas memórias, reviveu as mágoas que semeou, não como uma forma de punição, mas como uma forma de compreensão. Esse é o primeiro passo no caminho da evolução."

Earl respirou fundo, sentindo o peso do aprendizado que ganhara através das experiências dolorosas. Percebia agora que havia algo de profundamente compassivo nesse processo.
A chance de reviver cada erro e de sentir o impacto de suas atitudes não era uma condenação, mas uma oportunidade de transformação.
Ele reconhecia a profundidade de seus sentimentos e arrependimentos, mas também a sinceridade de seu desejo de mudança.

"O perdão que você recebeu," continuou o guia espiritual, "foi o reflexo de sua própria transformação interior. Ao sentir arrependimento verdadeiro e ao desejar mudar, você gerou uma nova energia, uma nova frequência que pôde finalmente conectar-se com o amor divino.
É o próprio desejo de evoluir e o esforço sincero em se tornar melhor que atraem o perdão dos céus."

Earl compreendia, finalmente, que o perdão espiritual não era algo concedido de maneira arbitrária, mas uma resposta natural à sua transformação interna. O Umbral, assim como a passagem para dimensões mais elevadas, era parte de um processo contínuo de crescimento.
A redenção não era um prêmio, mas uma escolha que ele havia feito ao se abrir para o autoconhecimento e para o desejo de cura.

"Agora," disse o espírito, "você seguirá um novo caminho. Esse é apenas o começo de sua jornada na dimensão espiritual. Ainda há muito a aprender, mas o que vivenciou no Umbral será um fundamento para o próximo estágio de sua existência. Cada alma, quando está pronta, é guiada para o lugar onde pode aprender e contribuir de acordo com seu nível de consciência e compreensão."

Earl sentiu-se grato, não apenas pelo perdão, mas pela clareza e pela compreensão que agora iluminavam sua mente e seu coração. O Umbral, outrora um lugar de angústia e tormento, havia se transformado em uma fonte de sabedoria, uma etapa necessária para a evolução de sua alma.

Antes de se despedir, o espírito concluiu: "Nunca se esqueça, Earl: A verdadeira redenção está em viver com compaixão, em aprender com os erros e em dedicar-se a trazer luz para si e para os outros. O caminho espiritual é feito de ciclos de crescimento e renovação, e cada experiência é uma oportunidade para nos aproximarmos do amor divino."

Com essas palavras em sua mente e em seu coração, Earl sentiu-se pronto para seguir adiante. Ele sabia que agora sua missão era não apenas buscar sua própria evolução, mas também apoiar outras almas em sua caminhada.

Finalmente, compreendia que, assim como ele havia sido transformado pela jornada no Umbral, também poderia contribuir para a transformação de outros, levando consigo a luz da compreensão e do amor que o haviam redimido.

Explicação metafísica do texto

O conto de Earl no Umbral representa uma jornada metafísica de autoconhecimento, redenção e ascensão espiritual. Em um nível mais profundo, o Umbral não é apenas um lugar físico, mas uma dimensão vibracional que ressoa com estados emocionais densos e não resolvidos da alma.
Neste contexto, o Umbral simboliza a manifestação das energias acumuladas por meio dos pensamentos, sentimentos e ações de uma pessoa durante sua vida física.

1. Umbral como Reflexo Vibracional

Na metafísica, tudo é energia, e essa energia vibra em diferentes frequências. O Umbral é uma dimensão criada pelas vibrações baixas de sofrimento, culpa, raiva e arrependimento. Essas emoções, quando não resolvidas, tornam-se “densas” e, após a morte física, continuam a vibrar ao redor do espírito, atraindo-o para uma realidade que reflete exatamente aquilo que ele emitiu enquanto estava encarnado. Isso representa o princípio da Lei da Atração, onde semelhantes vibram em conjunto. O Umbral, então, não é um castigo divino, mas uma consequência natural da frequência vibracional da alma, uma criação coletiva de almas que se encontram em um estado semelhante.

2. Processo de Confrontação e Integração da Sombra

A jornada de Earl no Umbral é uma viagem ao inconsciente e aos aspectos da sombra — um conceito introduzido por Carl Jung, que representa as partes da psique que reprimimos ou negamos. No Umbral, Lucas é forçado a confrontar seus traumas, suas falhas e os danos que causou. Essa confrontação é fundamental no processo de cura e integração, pois só ao aceitar e entender essas partes sombrias é que ele pode transformar a energia negativa e elevar sua vibração. Em termos metafísicos, o Umbral permite a purificação de energias negativas ao torná-las conscientes e integrá-las, permitindo que a alma ascenda.

3. A Redenção como Transformação Vibracional

Quando Earl busca sinceramente o arrependimento e a transformação, ele começa a elevar sua vibração. O perdão espiritual que ele recebe é, na verdade, uma ressonância com uma frequência mais alta, alcançada pelo esforço sincero de se transformar. No plano metafísico, o perdão não é uma permissão de um ser superior, mas a consequência de uma sintonia com uma energia mais elevada. Ao perdoar a si mesmo e ao buscar mudar, ele se conecta com o amor divino — que é, em essência, uma vibração elevada de compaixão, compreensão e unidade.

4. A Luz como Simbolismo de Ascensão

Na parte final do conto, a luz que Earl segue representa a elevação de sua frequência para fora do Umbral. Essa ascensão é possível porque ele transformou suas vibrações densas, permitindo-se conectar com dimensões mais elevadas de paz e sabedoria. A luz é um símbolo metafísico da consciência expandida, do entendimento e da conexão com o divino. Ascender para essa luz significa que ele agora ressoa com uma dimensão onde predomina o amor e a harmonia, deixando para trás o peso de suas memórias de sofrimento.

5. O Papel do Umbral na Evolução da Consciência

Em última análise, o Umbral serve como uma escola espiritual de autocura e autoconhecimento, onde a alma aprende com as próprias escolhas. Do ponto de vista metafísico, cada alma é responsável por sua própria jornada evolutiva, e o Umbral é uma etapa de limpeza e depuração. A dor e a dificuldade enfrentadas ali permitem que o espírito recupere sua consciência, reavalie suas escolhas e integre aprendizados profundos, evoluindo sua consciência para um nível mais elevado.

A experiência de Earl no Umbral simboliza a jornada da alma para transcender suas próprias limitações e alcançar estados vibracionais mais elevados, um processo de transformação necessário para que a alma se alinhe novamente com o amor divino e continue sua trajetória evolutiva.


Biografia:
Professor de Ciências da Religião, Teólogo, Filósofo e Pesquisador de Ciências ocultas. Procuro a verdade e quero compartilhar meus estudos sobre o comportamento filosófico e religioso de povos e comunidades, que tem a fé, como sustentáculo de sua existência tridimensional.
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