As fantasias que trago
não são obras minhas
mas da paixão.
São restos de sonhos
que hoje me despedi.
As suas malas
joguei no meio da rua.
Abri a porta,
expulsei-as
de dentro de mim.
Senti-me vazia,
no turbilhão da solidão,
chorei prá voltarem.
Gritaram:
- Voltar?
Voltar de onde?
Não fomos,
embora não!
Rodopiei incrédula,
mas feliz.
Guardei-as
em meu coração.
Maria
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