Personagens:
Sr. Alberto – Paciente.
Dr. Fernando – Médico.
Cena única
O médico encontra-se sentado em sua cadeira do consultório e o paciente entra em cena.
Paciente: Com licença Dr. Fernando. Trouxe os exames.
Doutor: Sente-se e fique a vontade, Senhor Alberto... Deixe-me olhar os seus exames.
Enquanto o médico olha os exames, balançando a cabeça, e o paciente aguarda apreensivo, estalando os dedos.
Paciente: E aí doutor?
Doutor: Cirrose hepática!
Paciente: Eu vou morrer logo?
Doutor: Com certeza! Se o senhor não parar de beber.
Paciente: Doutor, eu tentei de tudo para parar. Frequentei os Alcoólatras anônimos, meia dúzia de seitas evangélicas e até fiz despacho de macumba em encruzilhada para largar o vício.
Doutor: E aí?
Paciente: Acabei bebendo ainda mais.
Doutor: Já pensou em trocar de vício?
Paciente: Nunca me atentei para isso. Será que...
Doutor: Resolve? Não custa tentar.
Paciente: O que o senhor acha se eu trocar o álcool pela cocaína?
Doutor: Acho perigoso. Você é hipertenso. AVC, Infarto...
Paciente: Pensando bem... Melhor não arriscar.
Doutor: Certo senhor Alberto... Que tal vagina?
Paciente: Vagina?
Doutor: (eufórico) Vagina! Xoxota, buça, xereca... O senhor é chegado?
Paciente: Sou, mas...
Doutor: É um vício sadio. Qual o problema?
Paciente: (constrangido) O problema é o Betinho.
Doutor: Quem é Betinho?
Paciente: (olhando para o pênis) O meu bilau. Eu tenho muito carinho por ele. (constrangido) O senhor sabe... (fazendo gesto) Ele está com dificuldade de ereção.
Doutor: Brocha! Efeito do álcool, senhor Alberto.
Paciente: (falando baixo) Fala baixo doutor. Sua secretária pode escutar. Sabe como é mulher. Daqui a pouco todo o prédio vai ficar sabendo que eu não dou mais no couro.
Doutor: Desculpe-me! O Viagra, ou o Cialis pode ser a solução.
Paciente: Mas eu não sou hipertenso?
Doutor: É! Tinha esquecido. Não é bom arriscar.
Paciente: (aflito) Então o que eu faço doutor?
Doutor: Calma! Deixa-me pensar... Ah! Que tal trocar o alcoolismo pelo homossexualismo.
Paciente: Homossexualismo é vício?
Doutor: Não é vício e nem doença! Mas para o senhor pode virar um vício bacana. Já pensou em morar em Ipanema? Perto da Farme.
Paciente: Ipanema é um bairro legal. E eu tenho muito amigos gays. Bem animados. (fazendo gesto obsceno) Mas não sei se conseguiria doutor. Fiz muita meinha quando criança. O senhor sabe... Os meus amigos de infância eram bem dotados.
Doutor: Ficou traumatizado?
Paciente: Um pouco.
Doutor: Entendo.
Paciente: Que tal se eu tentasse virar maconheiro? .
Doutor: Maconha? Pode ser uma boa ideia. Certamente vai deixa-lo menos tenso.
Paciente: Que bom doutor. Maconheiro! Mas não vou dar pinta quando alguém olhar pra minha cara?
Doutor: Fica tranquilo! Um bom óculos escuro disfarça legal.
Paciente: Será que não pega mal trabalhar em escritório de óculos escuro?
Doutor: Bem... Vou te receitar um colírio.
Paciente: Valeu doutor!
O doutor prescreve uma receita e entrega para o paciente.
Doutor: Agora o senhor pode viajar tranquilo para os Estados Unidos para se tratar.
Paciente: Mas é longe, doutor.
Doutor: Que tal um país sul americano?
Paciente: Bem mais perto. Quanto está custando uma passagem aérea para o Uruguai?
Doutor: Porra! Eu sou médico e não agente de viagem. (apontando para saída) Passar bem, Senhor Alberto!
Paciente: (saindo e falando sozinho). Estressado... Que falta faz um vício!
Fim
|