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Ventre da Discórdia
José Ernesto Kappel

e não sou
visionário,
sou simples,
igual
aos missionários.

fali!
decerto
que fali!

sem desacertos,
com direito
a enterro
de flores,
e coroas
de azul,
até bem
feitas!

fali!
cai de
um pedaço
do mundo
pra outro.

fui enlace
dos pobres
e sem rumo,
só aos pássaros
faço encantos!

pobres!

que choram
cântaros de
mágoa
redimida!
aqui não
tem vez, não!

aqui,só chegam
os vândalos
sem canto!

agora,
tá todo mundo
perto,
mas depois,
fica
todo mundo
bem longe,
nesta estrada
esticada de
decertos!

tô andando
pra frente,
mas,sei,
estou
indo mesmo
é pros
bentes.

aqui ninguém
gosta de ninguém
nem o próprio
capataz.

azar!
batida de mel,
não dói nem
ao sincero rapaz!

gosto dela
até o fim
do mundo,
mas cheguei lá,
e nove foras,
metade de tudo,
ela também fugiu,
pras araras
de casas
imundas,
de casebres
sem fundo!

tô caminhando,
há um tempão,
na sombra
e no sol ,
lá fainando !
lá penando !

decerto!

não consigo
ir mais
longe
nesta canção,
porque verso
não tem
mais
e a prosa
morreu
de velha
e obesa,
sem nenhuma
explicação!

nem a fonte,
bem iluminada,
desperta mais
amor,
pra quem vai
sem cor,
depressa,
correndo,
prô
dia
de ontem.

ontem que
parou de
existir,
quando
de lá surgiu
o cálice do
brando sol,
e, a persistir,
dobro,
o que fugiu!

nada dela
por aqui
sobrou:
nem uma canção
leve,
nem um perfume
de cantão,
só um abraço
feliz
de não voltar
mais!

não volto,
e a concordar
retorno sem
mais elos!

deixa o tempo
passar
com vasta luz
sem vândalos,
deixa o tempo
correr.

chegar e mais
chegar,
sem ter ido
a lugar
nenhum.
tudo vago,
reprimido,
tudo de pegar!

nisso errei.

ou em quase
tudo errei.

por pena
ou por ser
de bento,
por comiseração
dos eleitos,
fui colocado de
lado:
mas, um pisa daqui,
outro de lá!

dá dor
de dó,
e a gente
fica
igual
a pão-de-ló!

pisadas iguais,
esbarrando em
dores
coniventes,
iguais aos
da terra,
alados!

fazer de dó
era prazer
dos homens
colados mais
ou menos
de pó.

são de cor de
abóbora lilás,
enfeite
de gravatas,
ganchos
sem simetria.

parentes não
eram!
suponho,
são errantes
errantes!

amém de dois!

quem já morou
lá na roça
de meu avó,
bem sabe
que animais,
são, de repente,
mais fiéis
do que
o mais rente
dos homens.

e o amor
desbelta
igual.
é diferente,
de casca grossa,
feito de amarras
de beijos,
alentandos por
cheiro de
jasmim
perfumado.

por isso primo
pelo augusto,
onde lá fora
junto à arbustos,
fazem o primeiro
amor sem desdém.

pena!
com mais carinho
só dá prá fazer
neném.

fui brusco,
passo da
hora,
atropelo homens,
ando em
charretes
de minha infância
de dois nomes,
um pai, a bela
mãe,
e os gafanhotos
que morrem
sem esperança.

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