No circo tudo é alegre,
Tudo alegre é.
O palhaço salta desastroso,
A bailarina dança na ponta do pé.
No circo tudo é fantástico,
De feios bichos a mulheres elegantes,
Entre números esplendorosos,
É hora dos elefantes!
Na acrobacia impressionante,
Vê-se a alma de um circense,
Que roda todo Brasil,
Da Amazônia ao solo catarinense.
Em certa fatalidade queimou-se
A corda, num sopro de fogo pertinaz,
O dono corajoso resistiu sem caprichos,
Queimou-se a barba da mulher feia como bicho!
Correram os malabaristas para as chamas
Apagar,
Pegaram os baldes furados
E o o palhaço pegou a zombar!
O homem dono do circo com o palhaço
Se enfureceu,
Deu-lhe um cascudo na cabeça
E o palhaço se entristeceu.
A mulher do palhaço chutou
O joelho do dono mandão,
Os elefantes se atrapalharam
E o circo todo foi ao chão!
Não deu tempo de se fazer
O último número da palhaça desinchavida,
Não deu tempo de se apresentar
A dona Margarida!
Morreu ali o dono mandão,
Com todos o seu dinheiro
Sofrendo em meio as chamas
Sem nenhuma satisfação.
O resto sobreviveu
Tomaram outros rumos na vida,
O palhaço virou advogado
Virou pianista a dona Margarida!
Acabou-se a alegria,
Pois o fogo é sem rédeas,
Aconteceu há muito tempo
No circo essa tragédia.
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