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João Nunes era um homem, que vendia seus produtos agrícolas no mercado em Portimão. Vinha com um tal Pilhona que fazia o transporte dos géneros agrícolas, para o mercado de Portimão. Na Nave em Monchique era assim, naquele tempo nos anos sessenta do século XX. Só se conseguia, sobreviver a custa do dom que cada um tivesse, para desenrascar-se. E João Nunes tinha o dom de comerciante. Não sabia ler, mas fazia contas de cabeça, mais rápido, do que outro as fazia, de lápis e papel. Vinha todas as semanas, para Portimão. Numa Quinta--feira em Portimão decidiu, ir fazer, algo muito importante, depois de ter vendido, todos os hortos. Foi a uma casa onde se vendia, o que ele queria comprar, para presentear a família e comprou o dito presente. Levou-o num carrinho de mão até à camioneta do Pilhona. E assim estava este caso efectuado. Muito feliz se sentiu, e foi para a Nave de Monchique, com esta compra consigo. Quando chegou a casa com o enorme caixote de cartão, sua mulher, Rita perguntou-lhe:
- Que é isto que trazes contigo?
- E uma coisa.
- Mas que coisa! Coisas há muitas.
- Já disse é uma coisa!
- Mas que raio de coisa?
- É uma televisão!
Os rapazes filhos ouvidem dizer, que "era uma televisão" ficaram todos contentes. Pois uma televisão em 1969, não era qualquer um que tinha. Para mais, numa serra de Monchique, era um caso muito importante. Mas Rita começou a pensar, " como é que é uma televisão se não temos electricidade?!". Como já era de noite, foram-se deitar, Mas naquela noite, as crianças mal puderam dormir, com a curiosidade da dita "Televisão" É a história acaba assim. Bem de manhã o pai foi abrir o enorme caixote de cartão e para surpresa de todos, não era uma televisão, mas um trem de cozinha, que João Nunes, tinha decidido oferecer à família. Começaram a ver sair do caixote, muitos tachos de todos os tamanhos, cafeteiras, e muitos outros objectos. De qualquer modo, foi um momento muito alegre para toda a família.
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