Eu tropecei sobre cadáveres numa noite tonta,
Porém não eram “presuntos” humanos, pensei...
Eram carnificinas de palavras velhas, fora da lei
E que labutavam para reexistirem mesmo contra
Os neologismos que despontavam perante o rei,
O dicionário que tudo registra de ponta a ponta...
Tais vocábulos sofriam e consideravam afronta
Serem banidos do idioma e eu, com eles, chorei...
Encontrei os arcaísmos numa grande assembleia,
Associei-me a eles na luta diante desta panaceia
E lhes disse que, como escritor, não os esqueceria.
Juntos nos lembramos do parnasiano, Olavo Bilac,
Que deu à Língua Portuguesa fulgor e alma máter
Para que os termos antigos sejam filhos da poesia!
DE Ivan de Oliveira Melo
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Biografia: Nascido em Recife, em 09/10/1953. Professor de língua portuguesa e literatura. Poeta desde adolescente. Livros publicados: SINFONIA DE AMOR; POESIA, AMOR E VIDA; REFLEXOS; SEARA DE RITMOS; SO...NETANDO.Temas mais comuns em seus versos: o amor, a natureza, o homem, o socia, o cosmos, o metafísico,
religiosidade... |