O que faz a vida interessante é a capacidade que o Homem Civilizado tem, de pensar a Educação, refletir o Sistema de Ensino que pretende, no contexto em que vive, incluindo momento histórico, cultural e espiritual.
A História da Educação, então, é a soma das experiências adquiridas ao longo dos séculos, oferecendo aos seus estudiosos e pesquisadores uma farta base de argumentos, um forte pilar como fundamento e a certeza de que o Mundo Civilizado sempre tem uma saída nos seus tempos de crises.
Basta dizer um grande NÃO ao negativismo, e encarar os novos desafios com muita Fé e muita Coragem, sem deixar de lado – jamais – os princípios e valores que devem reger os pensamentos e os atos humanos.
Quem tem tempo e oportunidade de ler e estudar os grandes pensadores e filósofos em Educação, tanto do passado mais antigo como do tempo presente, perceberá que a EDUCAÇÃO jamais foi inconsequente, jamais perdeu o rumo no que respeita aos motivos (e objetivos) que moveram (e movem) as consciências mais despertas do Planeta, procurando ser, sempre, uma alavanca mediadora entre passado e futuro, entre o que “é” e o que “gostaríamos que fosse”.
Com base neste pensamento, reporto-me, principalmente, a um determinado período da EDUCAÇÃO mundial e brasileira, onde adotou-se como forma de caminhar, a chamada “educação tradicional”, que hoje, infelizmente, é bombardeada somente com críticas negativas, como se este período nada tivesse acrescentado de positivo à construção da História humana na Terra.
Se analisamos o período da educação tradicional, visando, também garimpar o que ela pôde contribuir para o crescimento cultural e mental da Civilização, sem o estigma de qualquer ideologia, apenas com o objetivo de estudar os pensadores em educação desta época, nos surpreenderemos com a fortaleza que foi a escola dentro de um contexto dominado pelo fanatismo religioso, político e econômico, onde pessoas foram educadas de forma a se transformarem em seres humanos responsáveis, fortes moralmente, e bem preparados para viver o seu tempo da maneira rígida como naquela época era a exigência.
O mundo da Educação Tradicional viu passarem duas guerras mundiais, viu os costumes e valores sendo transformados da noite para o dia e preparou-se para formar pessoas de caráter forte e objetivos determinados. A educação não pôde ser “light”, porque os tempos não eram suaves.
Quem estuda com mais cuidado o período da Educação tradicional, pode conferir que dela o nosso tempo herdou valores preciosos, que não devem ser perdidos, porque fortaleceram a vida e o caráter de gerações como a de nossos pais e a geração que hoje, está experienciando meio século de história neste planeta.
Inevitavelmente, podemos conferir que os pontos positivos da educação tradicional, entre outros, foram: o poder de concentração (que ajuda os engenheiros a construir grandes obras como pontes, edifícios, usinas hidroelétricas, com a responsabilidade de quem sabe que não está projetando a vida somente para o tempo de agora, mas para ultrapassar, se possível, várias gerações além e aquém da nossa e dos nossos netos). Este requisito também fortalece o caráter humano, para que haja respeito pela vida alheia, em todos os momentos, em qualquer tempo histórico, político e cultural. Na época da Educação Tradicional, havia mais RESPEITO MÚTUO.
Outra característica que considero fundamental para uma boa formação mental, é a tão criticada memorização, que (ao contrário do que muitos pensam e falam), fez um trabalho de dinâmica do registro das informações no cérebro dos alunos de então. Senão, vejamos a principal justificativa da memorização, que é o uso da lousa e de outros materiais não permanentes no tempo da educação tradicional, que exigia, antes da compreensão do assunto, a sua memorização, para depois, aos poucos, ser assimilado pelos que tivessem a mente desperta para os acontecimentos da sua época e do seu mundo. O uso da lousa obrigava os alunos a fazer anotações rápidas, que logo depois eram apagadas, mas que eram “cobradas” no decorrer da vida escolar do aluno, e depois, ainda, na vida profissional. Pessoas que vivenciaram aquele período, ainda hoje mostram uma fortaleza mental, um conhecimento definitivo das noções básicas dos cálculos práticos e dos princípios norteadores de uma vida de sucesso, no trabalho e na família, que hoje fazem falta na vida social dos indivíduos.
Portanto, toda vez que leio ou escuto críticas severas ao sistema tradicional de ensino, logo chego à conclusão de que a pessoa em questão não se aprofundou na sua pesquisa de época e contexto social, histórico e cultural, que provocou tantas exigências, aparentemente traumatizantes, mas que permitiu um fortalecimento mental, emocional e cultural, num momento histórico delicado e exigente, que ainda estamos tentando esquecer.
|