Metalinguagem é um código que se refere ao próprio código. Meu código é a escrita, então, falarei de escrita. Na verdade, não. Acredito que seja melhor falar de você, de mim, e de nós.
Tem feito o que deveria fazer? Você tem estudado? Os desenhos? As comissões? Conseguindo cuidar mais da saúde? Conseguiu parar de fumar? Tem bebido menos?
Você já se decidiu? Quer viver da sua arte? Você quer, né. Eu sei que quer. Confia suficientemente nela? É... Eu sei. Talvez seja melhor fazer faculdade mesmo. Você já se decidiu?
Talvez você devesse parar de pensar assim. Nem arte. Nem ofício. Apenas... Viva. Seu povo escravizou tantos outros, que agora, escraviza a si próprio.
Mas tem gente contando contigo, não tem? É... Eu sei, eu sei. Todos aqueles que se esforçaram por você, pra você, ou com você. Você não pode decepciona-los, não é?
Talvez egoísmo não seja ruim nesses casos, talvez. Você sabe que nem todo mundo divide esses pensamentos, por que ainda tentar? Você depende de certa dó para ser levado a sério. Você sabe tanto disso, que já passou até a manipular tamanha pena ao seu favor. Esperto, mas insuficiente.
Você poderia parar por aqui. As pessoas se machucariam mas... Seria mais fácil. Você não pediu pra estar aqui afinal de contas.
Mas e se as pessoas de fé estiverem certas, e o inferno realmente esperar por aqueles que cometem tamanha violência contra o eu? Ou pior, e se Kardec estiver certo e você estiver fadado a voltar, voltar, e voltar, até não ser mais falho.
É possível não ser falho?
É tudo muito complicado, não? Você devia parar definitivamente. Acenda um cigarro, tome um copo de coca-cola, e jogue uma partida de League of Legends. Você não é especial. Assista uma live no Instagram. Você não é especial. Durma a tarde inteira, e quando não conseguir mais, esfaqueie a si mesmo na cozinha. Você não é especial. Beba e perca os juízos, fume um baseado e dê algumas risadas. Você não é especial.
Aceite a mediocridade por trás da vida e pare de esperar por um futuro romântico. Você está apenas se devorando, caro artista. Desça do palco, saia do teatro, sinta a realidade como ela é. Quebre as correntes da realização, e aprenda a sorrir sem os aplausos.
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