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Jornalismo não opinativo
"Não sois máquinas, homens é que sois"
Valdeck Almeida de Jesus

Resumo:
O jornalismo atual precisa acompanhar o ritmo acelerado do mundo. As matérias não são aprofundadas, não precisam discutir a realidade. Até que ponto a "isenção" é benéfica ao livre acesso à informação?

É uma utopia se falar em jornalismo sem opinião. O que se sabe é que a grande mídia, aquela que atinge um estado inteiro, uma região, um país ou o mundo, tem opinião formada sobre o que divulga. E esta opinião influencia, muito, a opinião-pública, que, em última instância, influencia a vida.

A realidade é um mero recorte de um acontecimento que, por obra de engenhosa arte, se torna “a realidade”, a verdade, o único ponto de vista incontestável. O perigo mora aí, porque, quando se diz que o texto jornalístico é neutro, imparcial e objetivo, esquecemos que estas qualidades do jornalismo não existem senão na teoria. Na prática o olhar de quem escreve, sua história de vida, suas experiências estão impregnados em cada letra, em cada frase. O olhar do veículo fala mais alto até que o olhar do jornalista.

Leitura do mundo, sob o olhar de terceiro, sempre é perigoso, pois se corre o risco de ver o que não existe, de ver pela metade. A saída é fazer leitura crítica, ter acesso a veículos de opiniões diferentes, de interesses diversos. Não se conseguirá chegar à verdade absoluta, pois esta não existe, mas as chances de tornar-se bitolado por um ponto de vista exclusivo diminuem.

Já dizia Charlie Chaplin “não sois máquinas, homens é que sois”. Nós, homens e mulheres temos consciência, razão e emoção. Ao invés da preguiça de pensar, devemos exercer o nosso dever de ler bastante, nos informarmos o suficiente antes de emitirmos uma opinião e antes de admitirmos opiniões alheias. Reproduzir pensamentos sem refletir é agir como uma máquina copiadora.

A opinião de cada cidadão, especialmente a de quem “faz a história todos os dias”, o jornalista, deveria ser obrigatória, sempre! Afinal, de que valem as notícias com aparência de relatórios? Informar deveria ir além de relatar. Deveria, sempre, contextualizar, discutir os “por quês” e propor novas atitudes diante da vida.

O modelo de jornalismo brasileiro é copiado dos Estados Unidos e Grã-Bretanha (Inglaterra). Ali o jornalismo opinativo e o jornalismo que discute política quase não existe. Naqueles países se pratica o jornalismo “imparcial”, como aqui; se pratica o jornalismo “formatado” (lead, pirâmide invertida etc), que mais parece um modelo de fabricação de textos. Alega-se a urgência na construção de matérias, padronização para facilitar o trabalho do jornalista etc. Mas o que se nota com este tipo de prática é a transformação do profissional num mero “técnico”. Qualquer pessoa consegue “fazer” uma notícia. Para exercer a profissão de jornalista, no entanto, é necessário graduação em nível superior.

Faculdades e universidades de todo o país “formam” jornalistas todos os anos, e muitos dos formandos jamais encontrarão uma vaga para exercer a profissão. E com a grande oferta de profissionais ao mercado, o salário oferecido não é dos melhores. No exercício da profissão, obrigado pela urgência e pelas circunstâncias a produzir textos como se fosse uma máquina, o jornalista não tem tempo de se reciclar nem de se aprofundar nas matérias que realiza.

Num mundo globalizado, massificado, controlado pelo capitalismo, o jornalista também é influenciado a se tornar um indivíduo sem opinião, sem ponto de vista. Quando algum profissional da comunicação mais lúcido ou mais corajoso emite uma opinião, esta opinião quase nunca aparece nos jornais, na mídia como um todo. Afinal, não interessa ao sistema conscientizar cidadãos, fazer o povo pensar.

Silêncio! A indústria da notícia está trabalhando. Daqui a pouco temos notícias “novas”, desconectadas umas das outras. Não há contexto, não há começo, nem fim. O que há, sempre, é o “agora”. A eternidade está em suas mãos. Esqueça a matéria de ontem. Hoje tudo é novo. Amanhã não existe.





Nome completo: Valdeck Almeida de Jesus
Profissão: Estudante de Jornalismo
Cidade: Salvador/BA
Contato: 71 8805 4708
E-mail: valdeck@hotmail.com

Site: www.galinhapulando.com


Biografia:
VALDECK ALMEIDA DE JESUS é funcionário público federal, nasceu a 15 de fevereiro de 1966 em Jequié/BA, onde viveu até aos seis anos de idade, quando foi residir na Fazenda Turmalina (região de Itagibá/BA), onde continuou a estudar em escola pública até os 12 anos de idade. Aluno exemplar retornou a Jequié/Ba para se matricular na 5ª série do primeiro grau, em escola pública. Ingressou nas Faculdades de Enfermagem e de Letras, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia em 1990; na Faculdade de Turismo, na Faculdade São Salvador, não concluindo os cursos. Reside em Salvador, desde fevereiro de 1993. Atualmente faz o curso de Jornalismo na Faculdade Social da Bahia. Na capital, fez cursos de informática, teatro, relações humanas e fotografia. Fez, ainda, curso de espanhol durante dois meses em Madri (Espanha), Santa Elena de Uairen (Venezuela), Puerto Iguazu (Argentina), Ciudad del Este (Paraguay) e La Habana (Cuba) e de inglês por três anos em Salvador, complementado por curso intensivo de três meses em Nova York, Estados Unidos. Prêmios Literários: a) Menção Honrosa em 1989 no 1° Concurso Nacional de Poesia, promovido pelo Instituto Internacional da Poesia, de Porto Alegre/RS b) e no Concurso Literário Oswald de Andrade, promovido pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, em 1990, na cidade de Jequié/BA c) Classificação no concurso literário Bahia de Todas as Letras, promovido pela Universidade Estadual de Santa Cruz, em Ilhéus/Ba, no ano de 2007, com o conto “Eu e o Word”, com nota 7 (sete) d) Classificação no concurso literário realizado pelo Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário Federal da Bahia, com a crônica “Alice”, no ano de 2007, em Salvador/BA e) Destaque no XII Concurso de Poesias, Contos e Crônicas realizado em 2007 pela ALPAS XXI, em Cruz Alta/RS com o texto “Minha paixão por livros”. Participa das antologias: “Poetas Brasileiros de Hoje –1984”, Shogun Arte, Rio de Janeiro, 1984; “Transcendental”, publicado em Salvador em 1996, pela Editora Gráfica da Bahia; “II Antologia Cultural: 500 Anos de Língua Portuguesa no Brasil”, Clube de Letras, Barra Bonita/SP, 2005; “Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos 14º volume”, Câmara Brasileira de Jovens Escritores, Rio de Janeiro, 2005; “Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos 15º volume”, Câmara Brasileira de Jovens Escritores, Rio de Janeiro, 2005; “Letras Libertas - Contos, Crônicas e Poesias - Vol 2”, Ilha das Letras, Santa Catarina, 2005; “XV Concurso Internacional Literário de Verão”, Agiraldo, São Paulo, 2005; “Palavras que Falam”, Scortecci, São Paulo, 2005; “Todas as Formas de Amar”, Casa do Novo Autor, São Paulo, 2005; “O Amor na Literatura”, São Paulo, Casa do Novo Autor, 2005; “Livro de Ouro da Poesia Brasileira Contemporânea”, Câmara Brasileira do Jovem Escritor, Rio de Janeiro, 2005; “VII Antologia Nau Literária”, Komedi, São Paulo, 2005; “Ensaios Poéticos”, Academia Virtual Brasileira de Letras, 2005; “Poetry Vibes”, Poetry Vibes, Ohio, USA, 2005; “Ação e Reação. Pequenos Contos”, AVBL, São Paulo, 2005 (livro eletrônico); “Ensaio Poético. Natureza. Vida”, AVBL, São Paulo, 2005 (livro eletrônico); “Meu País é Este”, AVBL, São Paulo, 2005 (livro eletrônico); “20 Anos de Poesia – Caderno 32”, Oficina, Rio de Janeiro, 2005; “Pérgula Literária – VII”, EVSA, Rio de Janeiro, 2005; “Sangue, Suor e Lágrimas”, Arnaldo Giraldo, São Paulo, 2006; “Palavras Libertas”, Roma, Uberlândia/MG, 2007; “Amor, Sublime Amor”, Litteris, Rio de Janeiro, 2006; “XI Coletânea Komedi”, Komedi, Campinas, 2007; “Letras Intimistas”, aBrace, Montevidéu (Uruguay), 2007; “Primavera de 2006 – Inverno de 2007”, Via Litterarum e Editus (UESC), Itabuna/Ilhéus, 2007. Livros publicados de forma independente: “Heartache Poems. A Brazilian Gay Man Coming Out from the Closet”, iUniverse, New York, USA, 2004; Este livro reúne poesias de desabafo, muitas delas dedicadas a mulheres, quando na verdade o escritor falava de seus amores secretos, namorados homens. “Feitiço Contra o Feiticeiro”, Scortecci, São Paulo, 2005; Livro de poesias. “Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden”, Scortecci, São Paulo, 2005; Conta a história da família do escritor Valdeck Almeida de Jesus, que enfrentou a fome e a miséria por mais de vinte anos e venceu. 100% da renda do livro foi doada às Obras Sociais Irmã Dulce. “Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden”, Giz, São Paulo, 2007; 20% da renda do livro foi doada às Obras Sociais Irmã Dulce. Editor da “1ª Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus”, Casa do Novo Autor, São Paulo, 2006; “Jamais Esquecerei do Brother Jean Wyllys”, Casa do Novo Autor, São Paulo, 2005; “Poemas Que Falam”, Casa no Novo Autor, São Paulo, 2007. Trabalhos Diversos a) Expositor, como escritor independente, na Bienal do Livro da Bahia, em 2005 e 2007. b) Expositor no III Corredor Literário da Paulista, de 09 a 14 de outubro de 2007, em São Paulo/SP c) Participação no V Fórum Social Mundial, em Porto Alegre/RS, de 26 a 31 de janeiro de 2005; d) Participação, como organizador da Mostra de Arte e Cultura, no II Congresso Estadual do Sindjufe-BA, de 01 a 03.06.2007, no Hotel Sol Bahia Atlântico, em Salvador/BA e) Tem poemas publicados nos jornais de grande circulação da capital e do interior do estado da Bahia, além de jornais de Brasília/DF; Colaborador, desde 1985, do jornal A PROSA, de Brasília/DF. f) Colaborador da revista cultural Art’Poesia, de Salvador, editada por Carlos Alberto Barreto, que publica poemas de autores do mundo inteiro. g) Palestra na ong Vento em Popa, no bairro Jardim Gaivotas, em São Paulo, em 2007, com o tema “Motivação através da leitura”. h) Colunista do site www.zonamix.com.br desde fevereiro de 2006 e do site www.radarmix.com, desde março de 2006. Nestes e em outros sites do segmento GLSBTT, o escritor colabora sempre com matérias ligadas ao mundo gay, cobertura de paradas e eventos GLBTTS. i) Verbete do “Dicionário de Escritores Baianos”, Secretaria de Cultura e Turismo, Salvador, 2006. j) Membro da Federação Canadense de Poetas desde 2004. k) Membro da Associação Artes e Letras (França) desde 2005. l) Membro da União Brasileira de Escritores – UBE, desde março de 2006. m) Em 1987 participou da Diretoria Regional do Partido Comunista do Brasil e da União da Juventude Socialista - UJS, em Jequié/BA. Eleito o primeiro diretor de imprensa do Grêmio Estudantil Dinaelza Coqueiro, do Instituto de Educação Régis Pacheco, fundou o jornal Jornada Estudantil. n) Fundador do fã-clube do Jean Wyllys (www.jeanwyllys.com). Seu site profissional é www.galinhapulando.com O site Galinha Pulando apóia todos os eventos e movimentos de afirmação da cidadania, contra o racismo e, principalmente, contra a homofobia. Divulga também matérias e coberturas ligadas ao meio GLSBTT. o) Colaborador do Café Literário de Camaçari/Ba, evento realizado pela coordenação do PROLER – vários anos. Residente e domiciliado à Rua São Domingos Sávio, 155 – Edifício Gama – apartamento 401 – CEP 40050-520 – Nazaré, Salvador/Bahia, poeta e escritor, filho de Paula Almeida de Jesus e de João Alexandre de Jesus (ambos falecidos).
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Publicações de número 1 até 8 de um total de 8.


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