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A necessidade de entender o funcionamento da mente humana, é certamente um tópico que desencadeará fervorosamente novas pesquisas com alguma constância e uma alargada escala de periodicidade entre elas. Enunciados fundamentados ao abrigo de teses cientificamente apuradas, afirmam que o ser humano é insatisfeito por natureza, e a insatisfação é decorrente de alguma insuficiência no atendimento de necessidades materiais ou sentimentais. O meu foco nesta reflexão, centra-se sobre tudo nas necessidades de índole sentimental, para ser mais preciso, farei o enquadramento desta reflexão no contexto das relações conjugais.
Este texto é inspirado em relatos e experiências de vários homens que de uma ou de outra forma confrontaram-se com a dualidade de sentimentos, este texto é um contraste de relações divididas por uma terceira figura (extra conjugal) que remete-nos a este duelo ferrenho entre a insuficiência e a necessidade.
O sucesso de uma relação conjugal não depende simplesmente do amor entre ambos, naturalmente é fundamental considerar que a presença deste sentimento é imperiosa para firmar os vínculos entre os cônjuges, mas o sucesso da relação depende de toda uma estrutura conjuntural que dentre vários elementos, compreende uma série destes tais como: A dedicação, a paciência, o respeito, a criatividade e os cuidados contínuos que se traduzem na necessidade de dar e receber, que em grafias mais sintéticas ganha o nome de reciprocidade.
A ausência desta série de elementos que constituem os factores que impulsionam o sucesso de uma relação, são fortes indicadores do seu desgaste. É do senso comum o facto de que a mulher carece de atenção, carinho e dedicação do homem, mas em contraposição desta tese, já foi aferido que o homem tem igualmente a mesma necessidade, pois embora a sua masculinidade mascare essa componente afetiva que traduz carência, esta é uma necessidade natural do ser humano enquanto ser racional, social, e emocional, pelo que, torna-se inconveniente e inconsequente descurá-la, porém, é igualmente responsabilidade da mulher atender às necessidades afetivas do seu parceiro, pois a insatisfação destas, suscita a insuficiência afetiva, e esta por sua vez conduz o homem à vulnerabilidade, deixando-o mais receptivo aos encantos de uma possível figura extra conjugal existente, confundindo os seus sentimentos e as suas emoções.
Na existência de uma possível figura extra conjugal existente, que preencha os seus vazios, o homem tende a criar maior afeição por esta, pelo simples facto de ver as suas necessidades afetivas atendidas, e "Entre Ela E A Outra" vê-se mergulhado numa maré de incertezas que o afunda aos poucos às profundezas de um universo de opções, possibilidades e escolhas. De um lado tem "Ela" que ele ama veementemente depois de longos anos de relação e experiências difíceis de abdicar, mas de um tempo para cá nada é a mesma coisa, a relação não é a mesma, o vazio no seu interior é imperativo, já não se sente amado, tornou-se num carente afetivo pela insuficiência afetiva. E no outro lado tem "A Outra". Presente, amável, atenciosa, e carinhosa, esta é tudo que o é aprazível receber, com esta as necessidades afetivas são satisfeitas, já não há carência nem insuficiência, não precisa cobrar pelas coisas pois elas acontecem naturalmente com a reciprocidade requerida. Quem o Homem acaba sempre por escolher? Por que lado tende a optar?
São perguntas que eu deixo no ar, pois às respostas são de teor facultativo e relativo.
Falo do homem, mas podia ser o oposto, podia ser a mulher na mesma situação, mas no fim de tudo, o certo é que é essencial investir em relações que valham o nosso esforço, reciprocidade faz qualquer relação resultar.
Escrito por: Fernando Nongava
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