A vida é uma brincadeira
Num barquinho de papel
Esporte de um rapel
Na escalada da montanha
Fica bem nesta façanha
Quem nada com liberdade
E enfrenta a tempestade
Depois escreve um Cordel...
O final que dá em nada
Todo mundo já conhece
Mas se vivo lhe apetece
Faça um boa loucura
Que depois na sepultura
Só o silêncio lhe resta.
Aparada a antiga aresta
Pode até virar piada.
Esta história tão irônica
Atiça o nosso desejo...
Mas em quarto de despejo
Só sobrará este adeus
Gosto amargo de partida
Sem direito à despedida
É passagem só de ida.
Nem dá assunto pra Crônica.
Novela, então, nem pensar!
Passa feito um furacão,
Arranca tudo do chão,
Nem dá tempo de pensar.
Mesmo indo devagar,
O tempo da um olé,
Em viver só bota fé,
Quem caminha a divagar...
ANA MARIA GAZZANEO
BRAGANÇA PAULISTA
SÃO PAULO
2020
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