Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
BEBEDOR DE CONHAQUE
Wilson Luques Costa

‘tem um aí’...? fez o gesto com o fura-bolo e o médio,
mas logo entendi que era um arizona.
‘obrigado, cição...!’
assim ele me chamava,maneira intimista e majestosa de chamar o sobrinho...
subiu a rua e foi lá no gérsão...
ficava quieto...
a 51 era a sua euforia e a sua alforria...
de todos debicava um pouco...
mas não era insolente...
tinha a segurança de todos...
às vezes era cobrador da clientela...
chegou a servir doses massivas de conhaque
e old eight envelhecidos em tonéis não tão...
dizem que chegou a servir cynar ou coisa parecida
a uma cantora famosa no palace...
mas foi despedido no mesmo dia,
porque quase que consumiu todo o estoque de cerveja...
detestava fofoca ou falar da vida alheia...
às vezes bebia em excesso também...
chegou a ser chacota dos amigos...
foi massagista improvisado do time de futebol de salão
do pardal, que não ganhava de ninguém
e que tinha um zagueiro perpétuo,
logicamente, o dono do time, senhor pardal,
excelente torneiro mecânico da redondeza,
que pensava ser luizinho...
antes de esparzir éter nas canelas fissuradas dos ‘atletas’,
envolvia-o num algodão improvisado
e metia-lhe nas duas narinas sacrílegas...
foi gerente de bar, sem registro em carteira,
boy e estudou em colégio de moços bem comportados,
mas logo foi expulso...
foi também assistente de rufião
e amado por algumas mulheres
não tão solteiras assim, assim, por assim dizer...
bebeu quase a metade da brahma
e quase a outra metade da antarctica,
sem falar no estoque de fernet de 1962...
numa noite, só, engoliu três litros e meio de conhaque...
chamavam-lhe de vagabundo, engrupidor,
homem improdutivo, um nada na vida...


Biografia:
Wilson Luques Costa nasceu em São Paulo, SP, Brasil. Jornalista, professor, poeta e escritor. Eleito pela Academia Internacional de Literatura Brasileira - NY um dos Top Five nos Destaques Literários Awards Focus Brasil NY na Categoria Ensino e Pesquisa com o ensaio O Paradoxo do Zero.
Número de vezes que este texto foi lido: 61631


Outros títulos do mesmo autor

Poesias A CASA SOTERRADA Wilson Luques Costa
Poesias A VISITA DE ROSA Wilson Luques Costa
Poesias SÁBADOS E DOMINGOS Wilson Luques Costa
Poesias O DÉRBI Wilson Luques Costa
Poesias A CURVA ASCENDENTE DE JAIRO Wilson Luques Costa
Poesias ODE URBANA Wilson Luques Costa
Poesias A VINGANÇA DA VIDA Wilson Luques Costa
Contos TESTEMUNHA DA CONTENDA ESPANHOLA Wilson Luques Costa
Contos Senhor Eugênio Wilson Luques Costa
Contos SEM ANESTESIA Wilson Luques Costa

Páginas: Próxima Última

Publicações de número 1 até 10 de um total de 29.


escrita@komedi.com.br © 2025
 
  Textos mais lidos
Negócio jurídico - Isadora Welzel 62814 Visitas
Os Dias - Luiz Edmundo Alves 62766 Visitas
Jornada pela falha - José Raphael Daher 62729 Visitas
PERIGOS DA NOITE 9 - paulo ricardo azmbuja fogaça 62720 Visitas
Namorados - Luiz Edmundo Alves 62578 Visitas
Eu? - José Heber de Souza Aguiar 62538 Visitas
O Cônego ou Metafísica do Estilo - Machado de Assis 62500 Visitas
Insônia - Luiz Edmundo Alves 62456 Visitas
Viver! - Machado de Assis 62444 Visitas
Mistério - Flávio Villa-Lobos 62413 Visitas

Páginas: Próxima Última