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Sara, olhando para o ventilador girando no teto do seu quarto, perguntou a si mesmo: “Qual é o sentido disso tudo? Por que estamos aqui?”. Mas, na mesma hora reprimiu esse pensamento por outro um tanto perturbador - “ Não seria muito egocêntrico pensar nisso, afinal, num mundo que está dentro de uma galáxia a qual está dentro de um universo cheio de galáxias e em meio de tantos seres vivos. Como eu posso, de certa forma, exigir um sentido para mim?”.Isso trouxe um conflito interno, uma confusão mental.
Sentou na cama, mexendo as pernas. A ansiedade escancarava sua presença. Perguntas sem sentidos começaram a aparecer - “Por que se chamava Sara? Por que nascera naquela ano? Será que sua existência seria um mero acaso da natureza? Por que mora onde mora? Por que trabalhava tanto?”
Olhava em volta, ficava cada vez mais ofegante. Respirava fundo. Sentia que sua cabeça iria explodir. Sentia seu jantar voltando nos lábios. Seu quarto mexia sem parar. Será que vivia numa montanha russa? Não parava de sentir um sentimento perturbador. Pensava na sua rotina diária a qual gostava de comprar à vida de uma boneca. Acordava, trabalhava e voltava para sua linda casa de bonecas rosa. Vivia uma vida “saudável” e “feliz”. Sempre rindo com aqueles dentes brancos. Emitindo falas prontas para não atrapalhar o dia das pessoas.Então, logo dispensou esses “pensamentos estupidos”, sorriu para si mesma no espelho, como uma pessoa tão feliz poderia pensar tais maluquices. Voltou ao trabalho. E, assim, continuou viver sua vida perfeita.
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