Num seminário sempre tem aqueles que fazem questão de mostrar uma cultura que parece um pouco mais avançada do que a dos primatas, e que, geralmente demoram quarenta e cinco minutos fazendo uma pergunta, para o palestrante simplesmente responder “é possível”.
Já vi em seminários, participantes, fazerem uma pergunta tão demorada, que juro, falou mais tempo do que o palestrante durante todo o seminário. Eu acho que é isso: tem um monte de palestrantes frustrados, que ninguém chama para falar, que eles acabam indo nas palestras dos outros só para mostrar que tem conhecimento e ter a grande chance de se apresentar.
Está certo que um palestrante fale durante uma hora, (palestrante que fala mais do que uma hora ninguém agüenta, aliás, nem que fosse o próprio criador daria para ouvir mais do que uma hora), e até por uma questão de demonstração de interesse, para não dizer de educação, deve-se fazer alguma pergunta.
Em outro seminário, que era um debate de palestrantes, que falaram um tempão cada um, de assuntos totalmente diferentes, para uma platéia de trezentas pessoas, quando, no final, o mediador perguntou – “alguém tem alguma pergunta?” Ninguém tinha. Confesso, fiquei constrangido.
Um outro tipo de participante é aquele que sempre tem uma pergunta tão primária, tão ridícula, tão nada-a-ver-com-nada, e que normalmente leva uma eternidade para o facilitador responder - já que é preciso, diante do gabarito do perguntador, começar da alfabetização até chegar na física quântica.
Nisso, o seminário que estava programado para acontecer numa sexta-feira, só vai ser encerrado quarta de manhã, sem pausa no fim de semana.
Na faculdade é a mesma coisa, inclusive eu sugiro que quem está cursando uma faculdade ou até mesmo o ensino fundamental e médio (pensou que ia dizer primário e ginásio, né?), deve exigir na cláusula contratual que evite as antas com perguntas idiotas na sala ou ao menos exija que o professor evite responder essas perguntas durante a aula, porque senão, numa aula de cinqüenta minutos, com três antas perguntando ou uma anta fazendo três perguntas e a resposta durando quinze minutos, já se foi a aula.
Atenção Procon: fiquem de olho. Vocês do Inmetro, também. Será necessário criar uma Portaria definindo os padrões e critérios da capacidade e da quantidade máxima aceitável de antas por metro quadrado, que eu acredito que seja a de uma anta para cada três salas, excluindo o professor .
Essa Portaria se for aplicada ao governo, tem critérios mais generosos, admitindo-se um número maior de antas, não por sala, mas por metro quadrado.
Agora só não sei como eles vão fazer, já que uma única anta, ocupa mais do que um metro quadrado.
Sérgio Lisboa
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